Sororidade, ainda que tardia (Por Leandro Fortes)


Se, lá atrás, tivesse havido tanta gente chocada e horrorizada com o que diziam e faziam com as jornalistas de esquerda da mídia independente, hoje seria mais fácil identificar e combater as bestas feras que partiram para cima de Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, e , do Estadão - está última, alegre participante do show de horrores do golpe de 2016 e, dali em diante, das brutalidades antipetistas perpetradas pela asquerosa Jovem Pan, na qual ela brilhava, impune.

Não se trata de desprezar a violência que, agora, se voltou contra jornalistas de direita: o puxa-saco nunca tem a dimensão exata de seus atos, porque seu interesse imediato é mesquinho e pessoal. Mas é preciso retirar algumas lições desse movimento da História.


Vera, como Sherehazade e Joice Hasselman, cada uma a seu modo, percebeu que a única proteção possível, em tempos de perseguição misógina da direita - que ela mesma alimentou com rações de cinismo e ódio - é a rede de mulheres e homens que ela tanto desprezou.

Foi o mesmo fenômeno que resultou na conversão de Patrícia Lélis, jovem jornalista de Brasília, ex-namorada de Eduardo Bolsonaro (o 03), obrigada a viver nos EUA, depois de denunciar um estupro perpetrado por Marco Feliciano, pastor e deputado bolsonarista da pior espécie e qualidade.

Agora, não adianta ir para o Twitter dizer que é feita de aço porque papai era juiz e não tinha medo da bandidagem. Isso é só cagaço gourmet.

Tem que refletir sobre as posições equivocadas do passado, fazer uma autocrítica honesta e ajudar na luta.

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