Estudantes universitários do
curso de serviço social da Unime, de Itabuna, no sul da Bahia, participaram do
projeto Serviço Social na Estrada, que levou um grupo de 44 alunos e duas
professoras até a região do submédio São Francisco, onde conheceram empresas
produtoras, processadoras e exportadoras de frutas.
Um dos objetivos da visita à
região foi o de criar a oportunidade de os professores e estudantes do 6º, 7º e
8º semestres do curso conhecerem na prática outras realidades econômicas,
sociais, culturais, históricas e ambientais, diferente da que vivem em seu
local de origem.
Com essa ação, as
professoras das disciplinas de Análise de Políticas Sociais, Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente, Políticas Setoriais, Questões Regionais, Gestão
Social e Oficina e Documentação, esperam proporcionar a experiência e a
reflexão sobre a dinâmica das expressões das questões sociais em contextos
territoriais distintos, no âmbito do estado da Bahia, para que os formandos
possam identificar as convergências e distanciamentos das mesmas a partir das
especificidades geográficas.
Uma das cidades escolhidas
para o desenvolvimento da programação foi Juazeiro, no norte do estado,
conhecida pelo seu desenvolvimento socioeconômico.
Agricultura irrigada
A primeira etapa da
programação local foi a visita a uma empresa de produção, importação e
exportação de frutas, principalmente manga e uva, localizada na zona rural de
Juazeiro, onde o grupo conheceu as peculiaridades da produção industrial,
começando pelo campo e terminando no Packing House da empresa. Esta atividade
prática foi realizada no final do mês passado.
A comitiva também foi
conhecer o perímetro irrigado de Maniçoba, onde o engenheiro agrônomo Ciro
Petrere, que também participa do Conselho de Administração do perímetro, fez
uma palestra institucional sobre a Codevasf e as principais ações realizadas
pela 6ª Superintendência Regional em sua área de atuação, abrangendo não só as
atividades ligadas ao perímetro de Maniçoba, como também as de esgotamento
sanitário, abastecimento de água, revitalização de bacias hidrográficas,
inclusão produtiva, combate a seca e o programa Água para Todos. Ciro, que é
funcionário da superintendência, também respondeu a perguntas dos estudantes.
Em seguida, o gerente do
distrito de irrigação, Valter Matias de Alencar, detalhou seu trabalho junto à
administração do perímetro, e fez uma explanação sobre a história do
empreendimento de irrigação e as conquistas apoiadas pela Codevasf, que fizeram
com que o Maniçoba se tornasse uma dos mais importantes no vale do São
Francisco.
Após as palestras, o grupo
visitou um lote irrigado, onde os profissionais de assistência técnica
mostraram in loco os detalhes da produção de manga, através do sistema de
irrigação localizada.
Na oportunidade os formandos
conversaram com o produtor sobre a vida no campo.
A programação incluiu ainda
uma visita ao perímetro irrigado Salitre, onde os estudantes foram recebidos
pelos técnicos da Codevasf, João Santana Tosta, Milton Shirakawa e José Gabriel
Barbosa Lopes. No escritório do perímetro, Tosta fez uma palestra sobre o
Salitre, destacando assuntos como produção e produtividade do perímetro, e a
geração de emprego e renda.
O que chamou a atenção dos
participantes foi o fato de o perímetro estar somente com sua primeira etapa de
implantação concluída, e já apresentar resultados significantes para a economia
regional.
Em seguida o grupo foi
conhecer as estações e bombeamento EB 100 e EB 300 do Salitre, para ter uma
ideia da estrutura hídrica implantada pela Codevasf no empreendimento agrícola.
Resultados
Para Isabela Barreto de
Mendonça Fontes, professora das disciplinas de Questão Regional, Políticas
Sociais I, Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, e coordenadora do
programa Serviço Social na estrada, a visita ao vale do São Francisco “mostrou
uma certa independência do vale do São Francisco em relação à economia do país,
porque vocês produzem e tem um mercado lá fora. Vocês construíram o espaço de
vocês, e como têm quem compre o que é produzido aqui, com qualidade, vocês
sempre terão um mercado, uma economia pulsante e crescente”.
A estudante Adriana Santos
da Silva afirmou que “tivemos outra visão de como uma terra, que tem o aspecto
semiárido, pode ser trabalhada, ser cultivada, demonstrando que tem como você
extrair riquezas de um solo que, aos nossos olhos, não tem como você ter
desenvolvimento”.
“Essa visita foi uma riqueza
de conhecimentos, que não tem preço. Vamos guardar para o resto da vida tudo
isso”, afirmou a estudante Ione Santos Farias. O vale do São Francisco é um
lugar bonito, e que tem oportunidades que nós não conhecíamos antes”,
completou.
O desenvolvimento econômico
chamou a atenção da estudante Vanessa Ribeiro. “Vi muitas oportunidades, muita
oferta de emprego, não só para a região, como também para outras cidades. Há
geração de renda, um bom comércio e uma boa qualidade de vida para as pessoas
que estão no entorno de toda esta realidade”, disse.
Visitas como essa, das
estudantes da Unime de Itabuna são boas oportunidades para que o vale do São
Francisco fique conhecido nacional e internacionalmente, segundo o
superintendente regional da Codevasf em Juazeiro (BA), Alaôr Grangeon de
Siqueira. Ele estima que “somente no ano passado recebemos mais de seis visitas
semelhantes de instituições como a Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Universidade do Estado da Bahia, Embrapa, Universidade Federal da Bahia,
Universidade Federal do Vale do São Francisco e Universidade Federal do Pará.
Também somos procurados por entidades como a Petrobras e representantes de
países como Equador e Nigéria”.