Em solidariedade ao Nassif e repúdio à Veja e ao grupo Abril

O leitor Dimas Roque deixou um comentário na postagem Datafolha: Lula bate recorde de aprovação, em que denunciava a agressão de que estava sendo vítima o jornalista Luis Nassif.
Fui até o blog do Nassif e li a postagem Os ataques à família, em que ele fala da dor de ver a esposa chorando, por conta dos ataques do pitblogueiro da Veja, e me pergunto: até quando se vai permitir que ele continue a ofender as pessoas?
Não é possível que os jornalistas continuem a tratar essa pessoa doente e nefasta apenas como a aberração que é, sem uma atitude em defesa dos que ele ofende da maneira mais vil.
Será que o mercado de trabalho está tão difícil assim para que os jornalistas da Veja continuem a compartilhar a redação com alguém que detrata, ofende e achincalha companheiros de profissão?
Se o dossiê da Veja, publicado pelo Nassif, é mentiroso, por que não o rebatem, em vez de recorrerem à justiça para processá-lo e ao pitblogueiro doente para ofendê-lo?
Felizmente, ao começar seu dossiê, Nassif sabia com quem estava lidando. Seu trabalho está desmontando a fábrica de boatos e dossiês da Veja. Mais dia, menos dia, os que hoje o detratam cairão como os vampiros expostos ao sol da realidade.
Para votar no Blog do Mello no Ibest clique aqui
Esta notícia foi postado no Blog do Mello!

UMA IMAGEM É TUDO

Governador de Alagoas Téo Vilela entregando FLORES ao Presidente LULA do PT.





Públicado pela página www.maisfesta.com.br
LULA esteve hoje na cidade de Delmiro Gouveia – Alagoas. A visita se deu para anunciar a destinação de aporte financeiro para a conclusão do Canal do Sertão. Obra antiga, que lavará água do São Francisco para cidades do interior do estado.
Lá estavam os Ministros Guilherme do Desenvolvimento Agrário, a ministra Dilma, da Casa Civil, o ministro Gedel da Integração Nacional, o Senador Renan, o Governo do PSDB Téo Vilela.
Na fala de Gedel quando se referia à transposição das águas do Rio São Francisco. Obra polemica do atual governo. Ouve um principio de vaias. Malandro o Gedel logo sacou do bolso um dos motivos que levou todos a estar ali, o Canal do Sertão. Alguns parecem que entenderam o recado e logo começaram a puxar aplausos para a fala do ministro. Parecia estar dizendo ele:
Se for para os outros é ruim, mas se é para me beneficiar, vale retirar água do rio?
Já no final do seu pronunciamento se ouviu de forma mais afirmativa as palavras de Gedel:
- LULA, LULA, LAUA... Depois de LULA o Brasil não será mais o mesmo. Agora é um país de Fé Trabalho, esperança e Crença no Futuro... LULA, LULA, LULA.
Pergunto-me ate agora o porquê de ele ter gritado LULA, LULA, LULA. Porque três vezes o nome de LULA, LULA, LULA?

Ainda Em Delmiro Gouveia:
No inicio da fala do Senador Renan pessoas puxaram vaias. Mesmo assim ele continuou o que tinha para falar e terminou sendo aplaudido por todos.
Você pode me perguntar:
- Como isto aconteceu?
Fácil. Bastou ele pronunciar umas 13 vezes o nome de LULA que o povo o aplaudia.

De Delmiro Gouveia – Alagoas:
Um dos pronunciamentos mais carinhosos e emocionais para com LULA veio de um adversário seu, o Governador do PSDB, Téo Vilela. Fazendo referência a memória do seu Pai se referiu a uma frase que supostamente o mesmo utilizará no passado:
- LULA se os amigos não nos mandarem flores, os inimigos é que não mandaram!
Prosseguindo o seu pensamento, disse algo que deve soar como uma bomba na cabeça do senador Artur Virgilho.
- Esse TUCANO, veio hoje aqui para jogar flores no senhor.
Não precisa nem me alongar nas palavras para dizer o que aconteceu com a multidão que estava lá. Parecia o Maracanã as avessas. Agora a SAUDAR o Presidente do POVO deste PAÍS.
O Governador TUCANO foi de uma reverência ao PRESIDENTE LULA nos seus agradecimentos que a única frase que eu posso colocar aqui para expressar o que estou falando é:
- Eu quero agradecer!
Foi repetida umas cinco vezes pelo Governador TUCANO ao PRESIDENTE LULA.

E para terminar o evento na cidade de Delmiro Gouveia em Alagoas:
Ele falou. O Senhor Luis Inácio LULA da Silva.
- Tem gente que fala que o PAC é uma obra política. Não é!
- Eu estou indo a todos os estados da republica. E nem todos os governadores são da base aliada do Governo.
- Ta bom. O Serra é adversário, não do partido do Governo, mas eu vou lá. Levarei o PAC para lá. Não tenho preconceito. Não olho o partido do governador nem o estado que ele administra!
Mas a frente o Presidente pede:
- Temos que dar cidadania ao povo brasileiro.
Uma referência a elite branca que só pensa nela.
Ao falar da Transposição:
- Se chegar alguém em minha casa e só tiver dois copos de água eu dou um a essa pessoa.
Não se ouviu um só murmúrio de reprovação ao que ele dissera. Ai está a diferença da fala do Gedel. LULA é a diferença. Fala da forma que o povo saber ouvir e entender.
- A união tem a obrigação de olhar por todos os brasileiros!
Se referindo a uma faixa que pedia solução das dividas dos agricultores.
- Uma coisa é a divida do grande que pode pagar, Outra coisa é a do grande que ta em dificuldades e outra bem diferente é o pequeno que ta lascado.
Aplausos e gritos de LULA abafaram a fala do PRESIDENTE.
- No Brasil, acabou o tempo da malandragem!
Ao se referir ao desenvolvimento do Brasil que passa por todas as regiões o PRESIDENTE DISSE:
- Toda vês que eu quero mudar a forma de arrecadar tributo para beneficiar o POVO, alguém do SUDESTE não quer, vem logo dizendo que “isso vai prejudicar ele”.
Assim foi a passagem so PRESIDENTE LULA por Delmiro Gouveia – Alagoas.

A DIREITA E O LULISMO

Por Fernando de Barros e Silva

Na Folha

SÃO PAULO - A chegada de Lula ao poder seguida da ruína moral do petismo serviu de trampolim para impulsionar uma nova direita no país. É um fenômeno de expressão midiática, mais do que propriamente político. Está disseminado em jornais, sites, blogs, na revista. E deve sua difusão aos falcões do colunismo que se orgulha de parecer assim, estupidamente reacionário.

Mesmo que a autopropaganda seja enganosa e oculte que até ontem o conservador empedernido de hoje comia no prato da esquerda, que é só um "parvenu", um espertalhão adaptado aos tempos -ainda assim, temos aqui uma novidade.

Essa direita emergente já formou patota. Citam uns aos outros, promovem entrevistas entre si, trocam elogios despudorados. Praticam o mais desabrido compadrio, mas proclamam a meritocracia e as virtudes da impessoalidade; são boçais, mas adoram arrotar cultura.

É uma direita ruidosa e cínica, festiva e catastrofista. Serve para entreter e consolar uma elite que se diz "classe média" e vê o país como estorvo à realização de seu infinito potencial. Seus privilégios estão sempre sob ameaça e agora a clientela de Lula veio azedar de vez suas fantasias de exclusivismo social.
Invertemos a fórmula de Umberto Eco: enquanto a direita anuncia o apocalipse, os integrados, sob as asas do lulismo, são testemunhas vivas do fiasco do pensamento de esquerda neste país. Não me lembro de ter visto antes a mídia estampar com tanta clareza os passos da regressão social de que participa.

Do lado oficial, há um ambiente paragetulista de cooptação e intimidação difusas, se não avesso, certamente hostil às liberdades de expressão e de informação.

Na outra ponta, um articulismo de oposição francamente antinordestino e preconceituoso, coalhado de racismo e misoginia, que faz do insulto seu método e tem na truculência verbal sua marca. Deve-se a ele o retorno da cultura da sarjeta e do lixo retórico, vício da imprensa nativa que remonta ao Império, mas que havia caído em desuso.
Noticia antes públicada no Blog do Nassif.

MAIS UMA MENTIRA DA REVISTA VEJA


A revista Veja soltou em sua edição deste final de semana mais uma de suas "criativas" reportagens, que trazem documentos obtidos de fonte não revelada e que a revista diz, sem apresentar uma mísera prova, ter sido o governo quem preparou. Com a "denúncia" a revista tenta alcançar três objetivos: transformar a corrupção do governo FHC em mera chantagem petista; forçar a CPI dos Cartões a entregar para a imprensa os dados sigilosos da Presidência da República e desgastar a imagem da ministra Dilma Roussef, da Casa Civil.
A revista, famosa por inventar reportagens inverídicas e trabalhar com documentos de origem duvidosa, alega que teve acesso a um suposto dossiê que teria sido preparado pelo governo para intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. O suposto dossiê traz informações sobre os gastos com suprimento de fundos durante o governo Fernando Henrique. Cita gastos com caviar, champagne, viagens e outras futilidades que são citadas apenas para escamotear o real objetivo da reportagem: acusar o governo Lula de chantagista.
Como costuma fazer quando o assunto é delicado e pode comprometer a revista, já que as "acusações" carecem de qualquer tipo de prova, a Veja deu apenas uma singela chamada no topo da capa para a reportagem. A capa mesmo foi dedicada a outro assunto --o desmatamento da Amazônia-- que a revista menospreza mas resolveu tratar para defender os interesses empresariais que rondam a floresta.
Já sobre o suposto dossiê, a revista diz com todas as letras que o documento ao qual teve acesso foi "construído dentro do Palácio do Planalto, usado pelos assessores do presidente na CPI em tom de ameaça e vazado pelos petistas como estratégia de intimidação". Mas não apresenta nenhuma mísera prova ou indício para sustentar estas afirmações.
A revista também mente ao dizer que foi esta suposta intimidação que permitiu a divisão de cargos na CPI, com o PT ficando com a relatoria e o PSDB com a presidência. Além de não ter lógica ---afinal para que o governo cederia um posto à oposição se tinha informações para atacá-la durante a CPI? --- a hipóstese de Veja também esbarra num elemento que no jornalismo sério é fundamental, mas na Veja faz tempo que não é levado em conta: o fato. E o fato concreto é que a negociação dos postos na CPI dos Cartões foi amplamente discutida no Congresso e só permitiu que o PSDB ocupasse a presidência da comissão graças à atuação do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
A maior parte das informações "reveladas" por Veja sobre os gastos da gestão FHC já foram divulgadas em outros veículos de comunicação nas últimas semanas. O suposto dossiê pode, portanto, ter sido uma invenção da própria revista com dados colhidos na imprensa, no Portal da Transparência e até mesmo com funcionários do governo que tiveram acesso a estas informações. A Veja sabe, de experiência própria, que informações podem ser compradas. O dossiê, se é que existe, pode ainda ser obra de pessoas interessadas em desgastar o governo.
Infelizmente, a revista usa a legislação que protege suas fontes para esconder quem "vazou" as tais informações que a Veja alega ser um dossiê preparado pelo governo. Esta informação poderia ajudar o Ministério Público a descobrir se houve realmente intenção de chantagear a oposição.
"Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas." Voltaire

CGU vê erros crassos no noticiário sobre cartões

Quando focalizou o atacado dos R$ 171,5 mil que Matilde Ribeiro pendurara no cartão de crédito, a imprensa mandou ao olho da rua uma ministra que não conseguiu explicar o inexplicável. Quando se deixou seduzir pelo apelo da tapioca de R$ 8,30 do ministro Orlando Silva, o noticiário descambou para um varejão de miudezas que pendurou nas manchetes uma penca de equívocos e injustiças.

O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) guarda no computador um texto que deixa mal o jornalismo. Relaciona 11 erros crassos que envenenaram o noticiário sobre cartões corporativos. Considerando-se que o Congresso se prepara para instalar uma CPI que vai se ocupar do tema, vale a pena reproduzir o conteúdo do arquivo eletrônico de Hage.

1. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi acusada de ter utilizado o cartão corporativo para adquirir roupa de cama. Despesa regular e necessária, atestaram os técnicos da CGU. Os panos forraram as camas utilizadas por servidores da agência que realizam a fiscalização sanitária no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. São plantonistas, obrigados a pernoitar no batente.

2. A Polícia Federal escalou o noticiário por ter sacado o cartão numa clínica de estética chamada By Kimberly. Eis o detalhe que a reportagem não relatou: a despesa decorre de pagamento de um revólver, devolvido à PF nos termos do Programa Nacional de Desarmamento;

3. Denunciou-se que o cartão do Ministério da Agricultura despejara verbas públicas numa agência de matrimônio. Os técnicos da CGU foram atrás. Descobriram o seguinte: pagou-se, na verdade, a manutenção de veículo do ministério numa oficina mecânica. Por equívoco da Receita Federal, a oficina fora classificada no Cadastro de Pessoas Físicas como intermediária de casamentos. Alertado, o fisco promoveu a correção.

4. Acusou-se o comando da Marinha de sacar o cartão para adquirir um bichinho de pelúcia. Era lorota. Comprou-se, na verdade, um pedaço de veludo. A loja trazia o vocábulo “pelúcia” na logomarca. Mas o pano foi usado para forrar uma bandeja que carrega medalhas em solenidades de condecoração militar.

5. Criticou-se a Marinha por ter manuseado o cartão corporativo numa casa chamada Beleza Cosméticos Ltda.. A compra destinava-se à aquisição de material de consumo para um curso de barbeiro ministrado na Escola de Fuzileiros Navais;

6. Atacou-se a Marinha, de novo, por conta da aquisição de uma caixa de bombons. Os chocolates serviram para retribuir gentilezas à esposa de uma autoridade militar estrangeira que visitou instalações navais do Brasil.

7. Noticiou-se o gasto de uma repartição pública numa loja que trazia o termo “joalheria” enganchado no nome. Compraram-se jóias? Não. Foram adquiridas baterias para um telefone celular.

8. Informou-se que, na Universidade de Uberlândia, até motoboy dispunha de cartão de crédito. Na verdade, tratava-se de um agente administrativo que tem entre suas atribuições a realização de compras emergenciais da reitoria. Por acaso, o servidor vai às compras equilibrando-se numa motocicleta.

9. A própria CGU freqüentou o noticiário por ter mandado roupas para uma lavanderia. Foram à máquina de lavar toalhas de mesa usadas num evento festivo da repartição: o Natal dos funcionários.

10. Um servidor do setor de manutenção do Ministério das Comunicações ganhou notoriedade por ter mandado reparar o forro de uma mesa de sinuca. O móvel encontra-se na garagem do ministério há 16 anos, desde 1992. Traz a plaqueta de “patrimônio da União”. É usado como passatempo dos motoristas, nos horários de folga. Para a CGU, a despesa foi absolutamente legal.

11. Entre as supostas irregularidades praticadas pelo ministro Altemir Gregolin (Pesca) mencionou-se um gasto de R$ 70 feito na choperia Pingüim, em Ribeirão Preto (SP). Varejando as notas da prestação de contas, a CGU verificou que o cartão pagou uma refeição do ministro. Não há no documento menção a bebida alcoólica. Perscrutando a agenda de Gregolin, verificou-se que teve compromisso oficial na cidade no dia em que comeu na choperia mais famosa de Ribeirão.

Nem todas as miudezas escaparam à glosa da CGU. O próprio ministro da Pesca viu-se constrangido a devolver às arcas da Viúva R$ 538 –R$ 512 de um almoço que pagou, sem amparo legal, a uma delegação de autoridades chinesas e R$ 26 de uma outra refeição na qual dividiu a mesa com um acompanhante.

Também o custeio da tapioca do ministro Orlando Silva (Esportes) não pôde ser encaixado na lei. Como as suspeitas estenderam-se dos R$ 8,30 a gastos mais robustos, feitos em restaurantes e hotéis, o ministro optou pos restituir ao Tesouro os R$ 30,8 mil que gastara entre 2006 e 2007. Aguarda a conclusão de auditoria da CGU, para saber se terá direito a algum troco.

Por ora, a CGU concluiu apenas a análise dos gastos de Gregolin. Nos próximos dias, será encerrada a inspeção nos extratos da ex-ministra Matilde. O repórter apurou que ela terá de ressarcir aos cofres públicos uma cifra bem mais expressiva do que os R$ 461 que deixou numa loja de free shop. A auditoria de Orlando Silva será mais demorada.

Seja como for, parece recomendável que a nova CPI concentre-se no atacado dos gastos com cartões -as despesas à Matilde e os dispêndios secretos do Palácio do Planalto, por exemplo. Se deslizarem para a miudeza, os congressistas arriscam-se a ter de fazer uma outra CPI, dessa vez para investigar o teatro das comissões parlamentares de inquérito e a inutilidade de boa parte do noticiário.

Nova eleição no PT da Bahia é afirmação de democracia interna

Foto: César Ogata
As correntes políticas dentro do PT baiano não mais se entendem. A passagem de Marcelino Gallo pela presidência regional foi altamente desagregadora. Jonas Paulo ganhou o segundo turno do Processo de Eleição Direta (PED) e a turma de Marcelino Gallo melou o resultado com denúncias de supostas fraudes. A Executiva Nacional decidiu pela realização de uma nova eleição, um terceiro turno. É um caminho legítimo, embora teoricamente pudesse haver um acordo político.
Qual acordo político poderia ser razoável?
1) Nelson Pelegrino poderia ser escolhido mais uma vez o candidato à prefeitura de Salvador, já que não há alternativa viável e o partido precisa eleger uma bancada municipal.
2) Jonas Paulo deveria assumir a presidência do partido, já que ganhou a eleição no segundo turno.
3) Vânia Galvão deveria assumir a presidência do PT de Salvador, já que ganhou a eleição, mesmo que tenha sido por um voto, mas ganhou.
Seguramente, o PT vai lançar candidato à prefeitura de Salvador. Não faz parte da tradição petista concorrer sem candidato próprio. O problema é que lideranças partidárias já não acreditam mais numa candidatura de Nelson Pelegrino e passaram a procurar uma alternativa. Não existe. Quanto mais demorar em decidir, mas se enfraquecerá eleitoralmente.
Salvador nunca esteve tão bem servido de candidaturas a prefeito:
Raimundo Varela (PRB), radialista popular e apoiado pela Igreja Universal de Edir Macedo. É um direito de Varela e ele encabeça as primeiras pesquisas.
Antônio Imbassahy (PSDB), que já foi prefeito por oito anos e deixou a prefeitura em petição de miséria, dívida astronômica e um sistema de saúde falido. Saído do carlismo vai dividir os votos tradicionais do segmento conservador da sociedade.
ACM Neto (DEM) que com sua mediocridade tenta herdar os votos do carlismo. A candidatura de Imbassahy divide seus votos na capital.
Lídice da Mata (PSB), excelente nome, já foi prefeita com uma administração sabotada pelo falecido senador ACM, a níveis federal e estadual. O eleitorado ao elegê-la deputada estadual e depois federal deu mostras de ter entendido o cerco à sua administração.
Olívia Santana PCdoB), poderia se tornar um nome fortemente simbólico sendo mulher, negra e ativista política competente.
Nelson Pelegrino, eterno candidato derrotado do PT nas eleições para a prefeitura de Salvador. É a candidatura mais lógica, embora esteja se desgastando com a confusão eleitoral interna provocada por seus próprios aliados.
João Henrique Carneiro (PMDB), atual prefeito, vai armando sua reeleição com a vispivel recuperação de sua administração, sendo favorito diante da divisão dos demais partidos.
Há outros nomes menos expressivos nas páginas dos jornais. Muitos fruto de meras especulações e ensaios políticos.
Noticia publicada na página Bahia de Fato.

Para TCU, não há uso eleitoreiro do Bolsa Família

Os arquivos do TCU guardam um documento que transforma em pó a principal objeção dos partidos oposicionistas ao Bolsa Família. O texto tem 40 folhas. Anota o resultado de auditoria realizada por três técnicos do tribunal de contas no programa que é a pupila dos olhos de Lula. Varreram-se três exercícios –de 2004 a 2006, ano da reeleição. Produziu-se um atestado de idoneidade política do governo.

Embora datado de 12 de junho de 2007, só agora o documento do TCU vem à luz. Justamente no instante em que a oposição esforça-se para grudar no “Territórios da Cidadania”, a mais nova iniciativa social de Lula, a mesma pecha “eleitoreira”. A auditoria no Bolsa Família foi encomendada pelo ministro Ubiratan Aguiar em 19 de setembro de 2006, um mês antes da última eleição presidencial.

Sob o número 020.586/2006-9, o despacho do ministro teve objetivo específico. Requisitou-se à equipe de auditores o exame das causas da expansão do Programa Bolsa Família, alvejado por PSDB e DEM, ao longo de toda a campanha, como uma peça de promoção eleitoral a serviço da reeleição de Lula. Eis um resumo das conclusões a que chegaram os técnicos Maurício Gomyde Porto (coordenador), Dagomar Henriques Lima (supervisor) e Clayton Arruda de Vasconcelos:

1. “Não há evidências de favorecimento a partido político específico, nem descumprimento de norma legal que pudessem caracterizar utilização do programa com finalidades eleitoreiras no nível federal.” O texto faz uma ressalva: não descarta a hipótese de prefeitos terem feito “uso promocional” do Bolsa Família. “Nesse caso”, diz o relatório, os “desvios pontuais devem ser objeto de investigações específicas.”

2. “O percentual de cobertura do programa nos municípios administrados pelos quatro maiores partidos políticos brasileiros não apresentou diferenças significativas [...].” Logotipos da oposição receberam tratamento equânime ao dispensado às logomarcas governistas. Pela lei, cabe às prefeituras a tarefa de cadastrar os beneficiários do Bolsa Família.

3. Analisaram-se os municípios geridos por PMDB, PT, PSDB e DEM (PFL à época da auditoria). Respondem por cerca de 60% da carteira de famílias penduradas no programa. Descobriu-se que, em média, “a cobertura nacional do público-alvo residente nos municípios administrados pelos quatro partidos ficou em 99,89.” Considerando-se os dados disponíveis em junho de 2006, coube às prefeituras confiadas a políticos do PMDB o maior percentual de cobertura: 100,47%. Vêm a seguir o PT (100,13%); o PSDB (99,73%); e o ex-PFL (99,24%);

4. Os auditores detectaram uma expansão “atípica” do Bolsa Família nos meses de maio e junho do ano eleitoral de 2006. Nesses dois meses, o programa registrou crescimento de 10,96%. Um salto, considerando-se que a expansão média de 2004 e 2005 fora de 3,83%. De janeiro a junho de 2006, escalaram o cadastro do programa 2,2 milhões de novos beneficiários –1,9 milhão só no mês de junho. Perscrutando as causas, os auditores afastaram a aparente motivação eleitoral. Descobriu-se que as metas do Bolsa Família haviam sido fixadas em 2003. Previra-se que, em 2006, o programa alcançaria 11 milhões de famílias. Daí o crescimento. Verificou-se, de resto, que o governo tomou a “decisão gerencial” de concentrar os novos cadastramentos na primeira metade do ano justamente para evitar a contaminação com a campanha. “Iniciava-se o período eleitoral em julho, com encerramento no final de outubro”, anota o relatório do TCU. “Os meses de novembro e dezembro não seriam suficientes para o cumprimento da meta estabelecida para o ano, pois o calendário operacional de geração de folhas de pagamento é extenso e os volumes de entrega de cartões pressionariam demais a rede Caixa Econômica Federal, colocando em risco o alcance da meta anual do Bolsa Família.”

5. Os técnicos do TCU atestaram que as metas do Bolsa Família foram alcançadas sem ferir nem a Lei de Responsabilidade nem a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em 2004, para levar o benefício a 6,5 milhões de famílias, o governo gastou R$ 5,6 bilhões. Em 2005, para socorrer 8,7 milhões de famílias, gastou um pouco menos: R$ 5,2 bilhões. Em 2006, para levar lenitivo financeiro a 11,1 milhões de lares, o programa sorveu do Tesouro R$ 7,594 bilhões. Tudo em consonância com o Orçamento aprovado pelo Congresso. “A expansão do programa Bolsa Família foi ato combinado dos Poderes Executivo e Legislativo, tendo em vista que este alocou os recursos orçamentários necessários ao pagamento do benefício a 11,1 milhões de famílias e aquele executou as ações necessárias à implantação do programa”, escreveram os auditores.

6. Além da ausência de afronta ao rigor fiscal, os auditores do TCU consignaram no relatório de auditoria que não houve desrespeito à legislação eleitoral. Anotaram o seguinte: a lei que regula as eleições “permite a concessão de benefícios financeiros no período eleitoral, quando se tratar de programas sociais autorizados em lei e com execução financeira anterior ao exercício em que ocorrem as eleições”. É, precisamente, o caso do Bolsa família, um programa que “já estava sendo executado desde o exercício de 2003.” Segundo os auditores, ainda que o governo tivesse concedido novos benefícios depois de junho de 2006, não teria praticado nenhuma “ilegalidade.”

Doravante, se quiser renovar as críticas ao Bolsa Família, a oposição terá de desqualificar o TCU ou ajustar o discurso. Pode, por exemplo, centrar os ataques à ausência da tão falada “porta de saída” do programa, tema que não foi objeto da análise do tribunal. No mais, a julgar pela exatidão do teor do documento produzido pela trinca de auditores, a pregação eleitoreira tornou-se um balão furado.

Publicado na pagina do Josias de Souza.