Nada a comemorar no dia de hoje



Eu nasci em 05 de maio de 1963. Menos de um ano depois, exatamente em 31 de março de 1064 o Brasil foi tomado pelos militares e este golpe durou 21 anos. Durante este período negro da nossa história a imprensa foi silenciada ou compactuou voluntariamente com o seu silêncio, jovens foram perseguidos, torturados e mortos. Muitos desapareceram e até hoje não se tem notícia do paradeiro deles. Mas nada foi tão brutal quanto as torturas que as mulheres que lutavam pelo restabelecimento da democracia sofreram.

Foi em 1978, quando era um dos líderes do Grupo Jovem ligado à Igreja Católica em minha cidade, Paulo Afonso na Bahia, que comecei a ter acesso à política. E tudo se deu porque a cidade naquele ano estava vivendo um movimento grevista realizado pelos eletricitários. Funcionários da Empresa Chesf – Companhia Hidrelétrica do São Francisco, que já foi responsável pelo abastecimento de energia para todo o Nordeste.

Alguns pauloafonsinos que estudavam em Recife vieram dar apoio a grave. Eles circularam em escolas e grupos convocando a todos para apoiar os trabalhadores. Confesso que eu não conhecia nada do assunto, mas por conta do trabalho evangélico, eu já sabia o que era certo ou errado para apoiar.

Depois daquele primeiro contato, construí amizades, tive conhecimento com o que o Brasil viverá até aquele momento e despertou dentro de mim um sentimento de luta que vive até os dias de hoje. As vezes leio “o que tu sabe do “movimento” de 64?”. Acho engraçado a pergunta, porque ela mostra a ignorância por trás. Ninguém precisaria ter nascido dez, vinte anos antes para ter vivido os anos de chumbo. Pesquisar, ler, ouvir histórias e buscar a informação do que foram aqueles anos, dá a qualquer uma pessoa as informações necessárias para definir que foi um período que não mais queremos que se repita no Brasil.

Ditadura Nunca Mais!

Várias mulheres, torturadas pelos órgãos de repressão narraram em seus depoimentos as formas que foram seviciadas pelo regime militar. “Sentou-se numa cadeira conhecida como cadeira do dragão, que é uma cadeira extremamente pesada, cujo assento é de zinco, e que na parte posterior tem uma proeminência para ser introduzido um dos terminais da máquina de choque chamado magneto; que, além disso, a cadeira apresentava uma travessa de madeira que empurrava as suas pernas para trás, de modo que a cada espasmo de descarga as suas pernas batessem na travessa citada, provocando ferimentos profundos”, era A “cadeira do dragão”.  “O eletrochoque é dado por um telefone de campanha do Exército que possuía dois fios longos que são ligados ao corpo, normalmente nas partes sexuais, além dos ouvidos, dentes, língua e dedos”, a “Pimentinha”. “Que apesar de estar grávida na ocasião e disto ter ciência os seus torturadores (...) ficou vários dias sem qualquer alimentação”.

Despidas e torturadas com seus filhos ao lado. Humilhadas como ser humano. Mesmo assim, resistiram a todos os infortúnios. Desse período há histórias de sádicos que, além de praticarem a tortura, tinham prazer em realiza-las. Alguns diriam que são animais. Mas isto não pode ser verdade. Não há registro na história que animais fazem algo parecido com seus semelhantes. Eles foram e continuam sendo piores.

Para a Presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gelisi Hoffman, o “dia 31 de março é um dia que envergonha o Brasil. Não temos nada a comemorar nesta data, muito pelo contrário, gostaríamos que nunca este fato tivesse acontecido. Festejar torturas, assassinatos e a repressão, como propôs Jair Bolsonaro, é ofensa à democracia e aos que deram a vida por ela. 

Já estamos vivendo tempos sombrios desde a prisão do ex-presidente Lula. Uma prisão política, que reedita os tempos da ditadura.  E tudo tende a piorar quando o próprio governo e seus aliados incentivam o ódio e a intolerância. Mais do que nunca, esse momento exige resistência e luta das forças progressistas e democráticas”. Ela fala com a propriedade de quem comanda com maestria o maior partido político do país e como mulher, sabe muito bem o que é lutar diariamente, mesmo nos dias de hoje, contra todas as formas de torturas, hoje representadas pela injustiça nos tribunais e pelo machismo.

A luta dessa mulher é referência para todas as outras que buscam espaço e igualdade de oportunidades, seja nos parlamentos, trabalhos ou suas residências.

O Deputado Federal e líder Petista, Paulo Pimenta, acredita que “o Brasil até hoje não fez o luto da ditadura porque há pessoas, como Bolsonaro e seus seguidores, que continuam defendendo aquele período de terror de Estado. Isso não é conservadorismo. Isso é desprezo pela civilização, pela democracia e pelos mínimos padrões éticos de respeito ao próximo que construímos ao longo de milênios de convivência em sociedade”.

Pimenta é um daqueles parlamentares que a população terá ao seu lado em todos os momentos, independentemente da situação.

Saber que Gleisi e Paulo estão na Câmara Federal lutando para que a democracia brasileira não saia novamente dos trilhos e desemboque em uma nova ditadura, dá aos brasileiros a certeza de que ainda existem mulheres e homens dispostos a sacrificar suas vidas pessoais por todos.

E que o que aconteceu nos porões da ditadura não seja esquecido, que a história não seja esquecida para que as gerações possam tomar conhecimento dela. Que o irresponsável e atual presidente, Bolsonaro, assuma o seu mandato e deixe de ser o Nero brasileiro, em vez de tocar fogo todos os dias na sociedade, leve o Brasil a ser novamente respeitado ou entregue o cargo e que seja feito novas eleições.

SACRIFÍCIOS (Por Manno Góes)

Comemos bois assassinados em filas de abate, que sabem, desesperados, que vão morrer.

Comemos bodes e carneiros assassinados com pancadas de porretes na cabeça.

Comemos porcos que são pendurados pelas patas e degolados, enquanto urram, sangrando até morrer.

Comemos perus e frangos mortos ao terem seus pescoços e colunas quebrados.

Comemos peixes que morrem asfixiados.

Comemos caranguejos que são jogados em
Panelas de água fervendo.

Comemos ostras vivas.

Comemos animais que são assassinados aos milhares diariamente.

Acho que em um momento sem reflexão ou maior aprofundamento, pensamos que “é um absurdo medieval os sacrifícios de animais no candomblé”.

Um pensamento justo.

Mas com um pouco mais de atenção, percebemos que nossa avaliação é precipitada.

Os sacrifícios são feitos por ritualistas, de forma muito mais humana e sagrada.

E os animais sacrificados servirão de alimentos em rituais sagrados para as pessoas da comunidade.

Nada que açougues e frigoríficos não façam por nós de forma bem mais violenta e desrespeitosa.

Os sacrifícios do candomblé também não são particularidades apenas desta crença: os judeus samaritanos também matam em sacrifícios carneiros de um ano em seus rituais.

O candomblé sofre preconceito.

Religião africana, repleta de simbolismos e riquezas espirituais.

Os espíritas demonstram preconceito ao dizerem que no candomblé os espíritos que são incorporados são “espíritos menos evoluídos”.

Os católicos e evangélicos, pela herança ocidental branca e dominante.

Ninguém chama de demônio o Deus nórdico Thor, loiro e malhado, que oferecia sacrifícios humanos em seus rituais.

Mas normalmente vemos críticas e preconceito contra os deuses do candomblé.

Uma crítica que vem do racismo, da tradição secular de demonização e dominação impostas pelas religiões cristãs e pela ignorância.

O candomblé sempre sofreu preconceito.

E sempre resistiu ao tempo.

Justamente pela força dos orixás, dos seus fiéis e do sagrado.

Como em todas as religiões, há costumes que precisamos apenas respeitar.

Ou nos esquecemos que a religião mais poderosa do mundo ocidental prega que comer carne humana e beber sangue humano, ajoelhado diante de um instrumento de tortura, é o seu momento mais sagrado?

Viva o candomblé.
Viva a fé.
Viva as religiões que nos aproximam do amor; e não do ódio.
Viva Papa Francisco, Mãe Menininha e Chico Xavier.

Axé.

Adolescentes são apreendidos por homicídio em Paulo Afonso



O crime foi motivado por dívida de drogas e os autores estão à disposição da Vara da Infância e Juventude

Equipes da Delegacia Territorial (DT/Paulo Afonso) apreenderam, momentos depois do crime, dois adolescentes de 16 e 17 anos, apontados como autores do homicídio de Augusto Neto Bento Vital, ocorrido na manhã de quinta-feira (28), no cemitério da cidade.

O delegado João Henrique dos Santos apurou que o homicídio foi motivado por dívida de drogas. Os adolescentes apreendidos estão à disposição da Vara da Infância e Juventude de Paulo Afonso.

Serrinha: Prefeitura lança operação para retirar veículos abandonados nas ruas



Com objetivo de deixar Serrinha mais limpa e acessível no trânsito, a prefeitura iniciou, uma operação de recolhimento de veículos abandonados. Através da Coordenação Geral de Transito e Transporte.

Além de incomodar visualmente, os veículos abandonados em ruas e, principalmente, calçadas da cidade ocupam espaço que deveria ser usado pelos pedestres.

Segundo Paulo Adresson, autoridade municipal de Trânsito, essa é uma demanda antiga da população e que vem causando inúmeros transtornos.

Hermano Amador, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Serviços Públicos local. Nos informou que já recolhidos diversos veículos.

Aqueles com possibilidade de constatação de placas de trânsito, serão também autuados e recolhidos para o pátio de apreensões, impondo aos proprietários as sanções aplicáveis.

O objetivo, além de limpar a cidade, atuar em apoio as ações da Saúde Municipal de combate as doenças transmitidas por mosquitos e roedores, dentre outros, nas ações dos órgãos de segurança que registraram o uso de alguns desses veículos abandonados como covil e deposito de objetos furtados, bem como na desobstrução de calçadas e terrenos!

Câmara de Deputados aprova divórcio imediato em casos de violência doméstica



A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 27, um projeto de lei que permite às vítimas de violência doméstica solicitar ao juiz a decretação imediata do divórcio ou do rompimento da união estável. O texto segue para apreciação do Senado. As informações são da Agência Brasil.

A proposta aprovada prevê a necessidade de a vítima ser informada sobre o direito de pedir imediatamente o divórcio e a possibilidade de o juizado decidir sobre esse divórcio sem tratar da partilha de bens, que poderá ser feita posteriormente.

A relatora do texto aprovado, deputada Erika Kokay (PT-DF), destacou que atualmente a lei já permite o divórcio ou a dissolução da união estável em qualquer hipótese, sem a necessidade de que a vítima comprove violência doméstica para que o vínculo seja rompido.

“Mesmo assim, o projeto tem grandes méritos. O primeiro é chamar atenção para o fato de que, entre as vítimas de violência doméstica e familiar, ainda há grande desinformação sobre a possibilidade de ajuizamento imediato da ação de divórcio, sendo útil colocar na lei a necessidade de orientar as vítimas sobre essa alternativa”, afirmou a deputada.


Licença-maternidade


Em outra votação, parlamentares aprovaram a proposta que prorroga o início da licença-maternidade a mulher ou o seu filho permanecerem em internação hospitalar por mais de três dias. O projeto também segue para análise do Senado.

Segundo o texto, a licença poderá ser suspensa, a critério exclusivo da trabalhadora, se o recém-nascido permanecer internado. A suspensão deverá ocorrer depois de transcorridos pelo menos 15 dias de seu gozo. A licença interrompida é retomada assim que houver alta hospitalar do recém-nascido.

Da mesma forma, o pagamento do salário-maternidade acompanhará a suspensão da licença e será retomado quando a criança sair do hospital e a licença voltar a ser usufruída.

O SILÊNCIO DOS BOLSOMINIONS (Por Leandro Fortes)


Aos poucos, eles estão desaparecendo. Velhos amigos cheios de razão, parentes furiosos, vizinhos valentões, madames maquiadas de ódio, estão todos em silêncio, à beira do abismo.
Não há mais arminhas nas mãos, nem chola-mais nas redes. Até os kkkkk se escondem na timidez. Rufam, aqui e ali, uns poucos tambores de ódio pelas mãos de meia dúzia de fanáticos, mas nem os mais selvagens dos antipetistas encontram forças para defender o indefensável.

Não estão arrependidos, o arrependimento requer uma força moral distante da personalidade da maior parte dos eleitores do Bozo. Estão apenas paralisados, diante da sucessiva quebra de expectativas relacionadas ao admirável mundo novo que se anunciava.
Há superministros com superpoderes inúteis. Paulo Guedes faz mais grosserias do que contas. Sergio Moro, sabe-se agora, entrou no governo para tornar o cigarro mais barato. O primeiro, um Chicago Boy com 30 anos de atraso, o segundo, uma nulidade cuidadosamente construída para parecer um herói.
Há um ministro da Educação que cita Pablo Escobar. Outro, de Relações Exteriores, corrobora com a tese do nazismo de esquerda. A ministra da Mulher, ao pé da goiabeira, teme o que chama de "armadilhas do feminismo".
Não houve, a rigor, um único dia de governo.
Em meio a esse desalento, Bozo e os filhos continuam no Twitter, frenéticos, um esforço comovente para parecerem vivos, funcionais, sem entender que já estão mortos.
São burríssimos.
Por Leandro Fortes.

Jordan Peele: ''Eu não me vejo escalando um branco como protagonista no meu filme.''

Com sua estréia como diretor nos cinemas com o suspense/terror ''Get Out''(em Português: Corra!), Jordan Peele acerta em cheio mais uma vez com o novo longa-metragem ''Us''(em Português: Nós).


Muito bem recebido pelo público, o filme conta a história de Gabe e Adelaide Wilson, que decidem passar um fim de semana na praia descansando e se divertindo com seus filhos, Zora e Jason Wilson. Aproveitam o dia na praia e voltam para casa, mas a chegada de um grupo de pessoas à porta de sua casa muda o rumo do fim de semana por completo, quando são feitos reféns de seres iguais a eles.


Analizando o cinema atual



Em uma sessão de perguntas no 'Upright Citizens Brigade Theatre', em NY, nos Estados Unidos, Jordan conversou com alguns estudantes contou uma decisão que tomou de uma forma bem humorada e sarcática:


''Não que eu não goste de caras brancos. Mas eu já vi muitos filmes assim antes.''


Peele analisa a situação do cinema atual e mostra que o mito da representação em Hollywood foi quebrado diversas vezes nos últimos anos com os sucessos de ''Corra!'' ''Pantera Negra'', ''Mulher-Maravilha'' e outros.


“Uma renascença aconteceu e provou que os mitos sobre representação nessa indústria são falsos”


Preparado pra mais uma obra que prometo mais que tudo? 'Corra!' pro cinema, compre um ingresso, sente-se no banco mais confortável e aprecie mais uma obra de Jordan Peele(ou baixe no site de 'torrent' mais próximo).

Alunos do Mackenzie fazem protesto contra Bolsonaro em SP


Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie realizaram um protesto na manhã desta quarta, 27, contra o presidente Jair Bolsonaro. Segundo a organização, mil pessoas participaram do ato. O presidente está em São Paulo, onde passará por exames médicos, e havia expectativa de que ele pudesse comparecer ao lançamento da Mackgraphe, centro de pesquisas sobre grafeno ligado à universidade.


O Planalto não confirmou a agenda e a reitoria da universidade ainda não respondeu a reportagem do Estado a respeito de um eventual convite ao presidente e nem sobre os protestos.


O ato dos estudantes aborda críticas à ditadura militar. Nesta semana, o Estado revelou que Bolsonaro tem incentivado comemorações pelos 55 anos da data que marca o início da ditadura no País - 31 de março de 1964. Em vídeos publicados nas redes sociais, alunos chamam Bolsonaro de "fascista" e gritam "ditadura nunca mais".


São esperados pelo menos mais dois atos na universidade ainda nesta quarta, um às 13h e outro às 18h.


"O reitor está ciente da mobilização e, conforme conversado, a participação dos alunos e alunas no ato não refletirá em nenhuma medida repressiva por parte da UPM, desde que o ato ocorra pacificamente", diz um comunicado que circula entre os estudantes. "Qualquer ato de vandalismo ou agressão por parte de algum indivíduo ou grupo não será tolerado e nem apoiado pelo DCE (Diretório Central de Estudantes) e pela reitoria."





Fonte: Terra

'Indiana Jones da arte' recupera quadro de Pablo Picasso roubado há 20 anos atrás



Um detetive holandês conhecido como "Indiana Jones da arte" voltou a mostrar seu talento ao encontrar um quadro de Pablo Picasso, avaliado em 25 milhões de euros (R$ 109 milhões), que foi roubado em 1999 do iate de um xeque saudita na Riviera francesa.

Arthur Brand afirmou que no início de março entregou a uma seguradora a obra de 1938 "Portrait de Dora Maar", também conhecida como "Buste de Femme (Dora Maar)".

A descoberta do raro retrato de Maar - uma das figuras femininas mais influentes da obra de Picasso - foi o ponto alto de uma investigação de quatro anos sobre o roubo no iate Coral Island quando estava ancorado em Antibes.

Duas décadas depois do roubo e sem nenhuma pista, a polícia francesa parecia resignada e o retrato, que estava na casa de Picasso até sua morte em 1973, parecia perdido para sempre.

Mas depois de seguir durante quatro anos uma pista que o levou ao submundo do crime na Holanda, dois intermediários compareceram ao escritório de Brand há 10 dias com o famoso retrato.

"Eles trouxeram a pintura, que agora está avaliada em quase 25 milhões de euros, embrulhada em um lençol e em um saco de lixo preto", disse Brand à AFP.

A recuperação da obra é uma nova vitória de Brand, que no ano passado virou manchete em vários jornais do mundo ao encontrar e devolver ao Chipre um mosaico de 1.600 anos de antiguidade.

Em 2015 encontrou os famosos "cavalos de Hitler", duas estátuas de bronze do artista nazista Joseph Thorak.


Drogas e armas


O roubo do quadro de Picasso, na época avaliado em US$ 7 milhões (cerca de R$ 26 milhões), pegou de surpresa a polícia francesa, mas obrigou os bilionários a intensificar a segurança nos iates.

Em 2015, Brand recebeu informações de que "um Picasso roubado de um iate" estava circulando na Holanda, mas "no momento não sabia exatamente qual era a obra".

O quadro, na verdade, estava no circuito criminal, onde circulou durante vários anos como garantia de pagamentos, "aparecia em um negócio de drogas aqui, anos mais tarde em um negócio de armas", explica.

Desde o roubo, a obra mudou de mãos "uma dezena de vezes" e isto provocava temores sobre o estado da pintura.

Foram necessários vários anos e algumas pistas falsas até ele conseguir determinar que era o Picasso roubado do iate do bilionário saudita Abdul Mohsen Abdulmalik Al Sheik.

Brand conseguiu divulgar no submundo holandês seu interesse na obra "Buste de Femme (Dora Maar)" e no início de março teve êxito.

"Dois representantes de um empresário holandês entraram em contato, dizendo que seu cliente tinha a pintura", conta.

De acordo com suas informações, o empresário "pensou que o Picasso era parte de um negócio legítimo".

"O negócio foi realmente legítimo, mas o método de pagamento não foi", explicou Brand.

O detetive alertou imediatamente as polícias da Holanda e da França. As autoridades francesas já haviam encerrado o caso e, diante do atual cenário, informaram que não processarão o empresário e atual proprietário da obra.

Brand afirmou que era necessário agir rapidamente para evitar o novo desaparecimento da obra.

"Eu disse aos intermediários: 'é agora ou nunca, porque o quadro provavelmente está em mau estado. Temos que agir o mais rápido possível".

Finalmente, há pouco mais de uma semana, Brand abriu a porta de seu modesto apartamento em Amsterdã e ali estavam os dois intermediários com a obra.

"Coloquei o Picasso em minha parede durante uma noite e transformei meu apartamento em um dos mais caros de Amsterdã por um dia", afirmou Brand, sem conter as gargalhadas.

No dia seguinte, um especialista na obra de Picasso da galeria Pace (Nova York) voou a até Amsterdã para comprovar a autenticidade em um local seguro.

Também estava presente o detetive britânico Dick Ellis, fundador da unidade da Scotland Yard sobre arte e antiguidades, e que viajou em representação a uma seguradora não identificada.

"Não há dúvidas de que é o Picasso roubado", disse Ellis à AFP.

Ellis é famoso por ter recuperado várias obras roubadas, inclusive "O Grito", de Edward Munch, que foi levado da Galeria Nacional da Noruega em 1994.

O retrato de Picasso está agora com uma seguradora, que terá que decidir os próximos passos, explicaram Brand e Ellis.

Bahia lidera geração de empregos no Nordeste


A Bahia é o estado que mais gerou empregos no Nordeste em fevereiro de 2019, com 5.706 novos postos de trabalho com carteira assinada. Entre os estados brasileiros, ocupou a 8ª posição. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistematizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Para o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, o saldo positivo é fruto da diversidade de atividades econômicas que são desenvolvidas no estado. “Sete segmentos contabilizaram aumento na oferta de vagas. O resultado de fevereiro foi maior que o de janeiro deste ano, demonstrando que a Bahia está retomando o crescimento mais rapidamente que outras unidades da federação. Para que esse avanço seja contínuo, vamos fortalecer ainda mais a atração de empresas para o nosso estado, o apoio ao empreendedorismo e reforçar as políticas de emprego e renda”, destacou o titular da Setre.

A contribuição positiva foi conferida mais pelo interior do estado (municípios não metropolitanos), com um saldo de 3.668 empregos. Os destaques foram as cidades de Barreiras (503), Santo Antônio de Jesus (390) e Luís Eduardo Magalhães (389). A RMS, por sua vez, gerou 2.038 empregos no período.

Em fevereiro, os setores responsáveis pelo saldo positivo da Bahia foram Serviços (+2.564 postos), Construção Civil (+1.666 postos), Indústria de Transformação (+662 postos), Administração Pública (+435 postos), Comércio (+147 postos), Agropecuária (+130 postos) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (+110 postos). 

Preço da gasolina sobe pela 4ª semana e acumula alta de 3,5% em um mês




O preço médio do litro da gasolina comercializada em postos de combustível de todo o país fechou a semana passada em R$ 4,319. Essa foi a quarta alta semanal do produto, que acumula um aumento de preço de 3,5% em um mês, já que, na semana de 17 a 23 de fevereiro, o litro era vendido a R$ 4,172.


Os dados são do levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O diesel, comercializado, em média, a R$ 3,54 por litro, registrou nesta semana sua quinta alta consecutiva e acumulou, no período, aumento de preços de 2,8%.


O litro do etanol, que foi comercializado em média a R$ 2,969, também subiu pela quinta vez consecutiva, acumulando alta de 8,2% no período de cinco semanas. Já o preço do GNV (gás natural veicular) aumentou pela terceira semana, fechando em média a R$ 3,169 o metro cúbico, uma alta de 1% no período.


Fonte: UOL

Roberto e o Cabaré



A mangação (quase nunca uso o termo em Inglês. Acho muito vira-latismo) entre amigos quando éramos crianças sempre foi muito usada. Bastava que alguém fizesse algo fora “do normal” e logo a pessoa recebia um apelido. Eu mesmo me lembro de alguns que me deram ao longo da vida. Muitos me incomodavam. Estes pegaram. Outros nem tanto.

Pois na escola Polivalente em Paulo Afonso na Bahia, quando fui presidente do Centro Cívico e comecei a militar no movimento estudantil era comum estar conversando com os alunos. Quer seja nas salas de aula, quer seja pelo pátio escolar. E um dos locais onde todos se encontravam era em frente da cantina na hora do recreio. Estar na fila para pegar a merenda sempre foi, para mim, um momento de diversão.

Em momentos como estes, onde muita gente se encontra, só quem chama mais a atenção se destaca. E foi desta forma que um garoto começou a chamar a atenção da turma. Como ali todos eram garotos ainda, determinados assuntos ainda estavam no imaginário dos homens. Por exemplo, era tabu se falar em cabaré. Mesmo que poucos já tenham ido. A grande maioria se calava por nuca terem pisado os pés em um. E naqueles dias, a “feirinha” e o “gedeão” eram os nomes dos locais mais falados na cidade.

Aquele garoto, volta e meia falava que esteve no cabaré. Para ele era motivo de se vangloriar. Já para todos os outros que ouviam, era meio que humilhante. Até as garotas, ao ouvir muitas vezes sobre o assunto, ficavam ouriçadas. Tínhamos entre nós um homem no sentido da masculinidade.

Roberto falava sobre muita coisa, mas o que ele mais gostava de falar era sobre ter ido ao cabaré.

Um certo dia, eu precisei passar nas salas de aula. Haveria um congresso na cidade de Salvador para a reconstrução da UBES – União Brasileira dos estudantes Secundaristas, e um grupo de estudantes da cidade iria participar. Para isto, por conta da falta de condições financeira para a viagem, resolvemos pedir ajuda aos estudantes. Lembro que foram muitas vezes que usamos deste expediente, e nunca deixamos de ir por falta de apoio. Os estudantes nunca nos deixaram na mão. E nós nunca deixamos de lutar, até conseguirmos que as nossas reivindicações fossem aceitas.

Ao entrar em uma das salas de aula, com o consentimento da diretoria da escola e da professora Noemi, começamos a informar aos alunos do porque estávamos ali. Desde que pedimos para entrar na sala e dar os informes que Roberto começou a perturbar. Ele falava coisas que a maioria da sala caia na gargalhada. Por várias vezes, antes mesmo da minha fala, a professora pediu para ele se aquietar. Mas era em vão. Aquele garoto queria mudar o mundo, mas da forma dele, fazendo todos sorrirem. Ele era uma atração do jeito dele. Mas para nós, que estávamos naquela sala para pedir ajuda, era um incomodo. Ele estava nos atrapalhando.

Uma das garotas que estava comigo começou a falar. Roberto começou a soltar gracejos para ela. Ela ficou sem graça, começou a gaguejar e parte da sala bolava de rir com o que ouvia e via. E ele aproveitava para continuar a brincar.

Pedi a palavra e pedi para ele nos deixar falar, depois ele poderia seguir com as brincadeiras. Por um instante ele atendeu. Mas quando comecei a informar as pessoas do que se tratava a nossa presença ali, Roberto disse, “assim eu quero ir também nessa viagem. De graça eu quero”. A sala virou um picadeiro de circo, todos caíram na gargalhada e foi neste momento que eu soltei, “cala a boca cabaré”, em uma referência ao assunto que ele mais gostava de falar. Foi um santo remédio. Consegui trazer a turma toda para o meu lado e os sorrisos, que antes eram para nós, se voltaram para ele. Roberto ficou calado até o final de nossa exposição de motivo e foi a partir dali que por onde ele andava na escola alguém o chamava de “cabaré”. Nunca percebi se o apelido o incomodou algum dia de sua vida. O certo é que hoje, o meu amigo é conhecido em toda a cidade como Roberto Cabaré. Virou assinatura.

Roberto casou, teve filhos, separou, casou novamente. Hoje é evangélico, faz trabalhos sociais que beneficiam pessoas em bairros pobres da cidade. Está morando na cidade de Nova Glória, a 15 minutos de Paulo Afonso. Ele é incansável. Hoje tem parte da sua vida voltada a militância política. Eu o encontrei dias atrás e ele me convidou a participar de um grupo de WhatsApp, mais um em minha vida, de ex-alunos da escola Polivalente. Achei que seria um saco. Me enganei. Com a turma que já está lá, estou tendo a oportunidade de reviver belas histórias da minha vida.

Vida longa à Roberto Cabaré!

Tá na internet: BRASIL NA OCDE


Lula recusou diversos convites para integrar a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). China, Rússia, Índia e África do Sul (Brics) também não aceitaram as regras impostas para dela fazerem parte.
Temer pediu e teve seu pedido recusado. 
Agora o BOZO IMPLOROU para ser aceito e aceitou as piores condições possíveis para o ingresso.  Entre elas,  abriu mão do status de país emergente, que confere condições especiais na OMC e aceitou a implantação de políticas econômicas ultra liberais de controle da inflação e ajuste fiscal. Todas elas monitoradas pelo FMI, que assim volta a nos fiscalizar.
E ele ainda se orgulha disso.

Na minha vida profissional conheci muito empregadinho de bosta, verdadeiros puxa-sacos, baba ovo de patrão que adoravam tirar fotos ao lado deles. Sentiam-se importantes e ficavam orgulhosos em postar essas fotos (Aliás, gente que gosta de postar fotos ao lado de pessoas que eles julgam importantes - com raras exceções - só mostram sua insignificância). 
O BOZO representa bem esse tipo de gente, quer por que quer entrar no grupo dos ricos para SE SENTIR IMPORTANTE, está DESLUMBRADO com sua visita a Trump e num gesto de pura ostentação quer mostrar a todos que agora é amiguinho dos países ricos, nem que para isso tenha que vender a dignidade e a independência do país.  Independência que Lula conquistou botando o FMI para fora.

Caminhoneiros se preparam para parar o Brasil novamente



O setor de transporte está se mobilizando para uma possível nova paralisação. Isso poderá ocorrer pelo fato de que os principais compromissos que o governo federal assumiu junto à classe não estariam sendo cumpridos. Informações preliminares apontam para uma possível paralisação no dia 30 deste mês de março, sábado. As informações foram reveladas pelo Jornal O Estado de São Paulo.

Segundo a reportagem, há um monitoramento feito pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que avalia possíveis ações que venham a impactar no governo futuramente. Segundo a investigação, a exemplo de como foi em 2018, a mobilização estaria sendo agilizada pelo aplicativo WhatsApp, a princípio para 30 de março. Embora o Gabinete tenha constatado que a movimentação pode não ter tanta força como foi em maio do ano passado, há o temor que esse panorama seja alterado nos próximos dias.

Wallace Landim, o Chorão, presidente de associações que representam os caminhoneiros, reuniu-se com o Governo Federal na última semana, e com a diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), enquanto que nesta quinta, esteve junto com o secretário executivo do Ministério da Infraestrutura. Após essas reuniões, a promessa é de que o presidente Jair Bolsonaro se pronuncie na próxima semana.

Uma das reclamações do setor é que as empresas não estariam cumprindo a tabela de fretes, e a outra se refere ao preço do diesel, com o pedido que os reajustes fossem feitos apenas mensalmente, e não com a possibilidade de serem feitos todos os dias, como ocorre atualmente. Chorão, contudo afirma que não acredita em uma greve nos próximos dias, pois o governo está ouvindo a classe, mas não descarta futuras mobilizações, caso as condições não sejam favoráveis. 

Em 2018, uma greve nacional ocorreu entre os caminhoneiros. Por dez dias o setor de transporte parou em todo o país, trazendo perdas incalculáveis para a economia nacional. 
As informações são do jornal estado de São Paulo.

Tá na internet: Por um fio


A Direita Concursada aplaude. A Lava-Jato implodiu a Reforma da Previdência que a prejudicaria. O MDB e o DEM não perdoarão Moro e Bretas. 

Sem a Reforma da Previdência o Guedes sairá do governo. O Mercado sabe disso. As bolsas despencarão e o dólar subirá. 

As prisões de Temer e Moreira Franco, sogro do presidente da Câmara, são absurdamente ilegais. Não se sustentam. Não há sequer processo contra eles. A LJ sabe disso. Mas resolveu apostar tudo nesta aventura. Os big-data estão a toda. Querem incompatibilizar definitivamente a população, via WhatsApp, com o stf. O alvo é derrubar Gilmar e, com isso, evitar a libertação de Lula no dia 10 de abril. A ala do stf que banca as arbitrariedades da LJ não tem o que comemorar. 

Nessa queda-de-braço perdem o stf e a própria LJ. O Direito morreu. E agora, com essa afronta pública da Direita Concursada ao stf, o que restava de institucionalidade se esvai. O relator da LJ do Rio é Gilmar Mendes. Muito embora este deveria se dar por impedido (visitou o “amigo de longa data” Temer em um domingo, lembram?), Gilmar deve soltar Temer nas próximas horas. E tem razão. A prisão é arbitrária. 

As redes sociais estão em polvorosa. A população está sendo convocada, inclusive com fake news, a defender a LJ. Ninguém sabe, agora, as consequências disso. O certo é que  se a LJ for enquadrada pelo stf, Moro perde as condições políticas de continuar sendo Ministro. Deve cair ainda antes do Guedes. Se o stf amarelar, será pior ainda. 

As classes médias menos torpes (minoria delas, sabemos) sentem-se envergonhadas pelo vexame dos Coisos nos EUA e percebem em que deu seu golpismo. 

Os meios-de-comunicação não sabem como reagir. À exceção daqueles evangélicos e do sbt, vários pendulam entre interesses contraditórios, esperam as ordens dos operadores do Mercado. 

Só sobrarão no governo os bizarros, os evangélicos, os milicianos e os militares.

Estamos, em síntese, a depender da correlação de forças dentro do Exército e deste em relação à Marinha e à Aeronáutica. 

Depois que o Direito morreu, até o Estado de Exceção está por um fio. Deu nisso o Golpe contra a democracia. 

Por Wilson Ramos Filho (Xixo), doutor em Direito.

A brasileira por trás de uma comunidade que ensina programação para mulheres em 45 países


A estatística brasileira Gabriela de Queiroz emigrou para os Estados Unidos em 2012 com pouco dinheiro e muito apetite para aproveitar a cultura local de cursos e eventos abertos para se qualificar como cientista de dados e alavancar sua carreira. Como forma de retribuir pela formação gratuita, ela decidiu criar uma comunidade de formação em programação só para mulheres e pessoas queers que, hoje, existe em 145 cidades de 45 países e reúne 43 mil pessoas.

Além de fundadora do R-Ladies, a carioca de 38 anos também é gerente de engenharia e ciência de dados na IBM, e representa a empresa em palestras e eventos que discutem o desenvolvimento da ciência de dados e a aprendizagem de máquinas.

Sua contribuição à diversidade de gênero com o projeto R-Ladies fez com que ela fosse a única brasileira finalista da 5ª edição do prêmio Women in Open Source, dedicado a reconhecer mulheres líderes na cultura do código aberto. O resultado será divulgado em maio.


O que é o R?


R é o nome da linguagem de programação que a comunidade criada por Gabriela ajuda a disseminar entre as minorias de gênero na área de tecnologia. A linguagem, criada por programadores da Nova Zelândia, tem sido cada vez mais usada nos últimos anos para o trabalho de análise de dados, substituindo outras linguagens de programação que não eram de código aberto, como SAS e SPSS.


As duas maiores diferenças entre as linguagens de código aberto e fechado é que, no caso do código aberto, os softwares e programas usados são gratuitos, e eles podem ser melhorados pelos próprios usuários, que se juntam em comunidades para trocar experiências e se ajudar mutuamente. "Eu me lembro de ir ao centro da cidade [no Rio de Janeiro], na Rua Uruguaiana, para comprar CD pirata de SPSS. Porque é o que era usado, e esses softwares são super caros. Então eu fui lá comprar o CD para aprender", contou ela em entrevista ao G1.

Nos últimos anos, os softwares voltados ao R passaram a ser adotados oficialmente por mais empresas, o que aumentou a demanda de profissionais da estatística e de outras áreas do conhecimento pelo domínio da linguagem.

"A ciência de dados é tão ampla que as pessoas vêm de backgrounds diferentes. Tem gente que fez física, geologia, biologia, mas são pessoas que desenvolvem a parte de matemática, aprender a programar. Mais importante é pensar desde cedo em aprender a programar", recomenda a gerente da IBM.


Trajetória acadêmica


Apesar da carreira bem-sucedida como cientista de dados, Gabriela levou um tempo até decidir que caminho seguir na faculdade. Em seu primeiro ano de vestibular, ela estava decidida a ingressar na carreira de veterinária. "Mas na noite anterior à segunda fase da UFF [Universidade Federal Fluminense], decidi que não era o que eu queria", lembra ela, que precisou estudar mais um ano e tentar novamente.

Como gostava de matemática, física e química, ela prestou vestibular para engenharia em todas as faculdades, menos uma, na qual tentou a carreira de estatística. Acabou passando em mais de um vestibular, e durante seis meses cursou engenharia e estatística concomitantemente.

Mas a estatística não a deixava feliz na época. Foi só depois de um intercâmbio nos Estados Unidos que ela conseguiu enxergar futuro na área.

"Quando vim para os Estados Unidos, em 2004, fiquei impressionada. Tudo aqui era baseado em números e estatística", explica Gabriela.

Ao retornar ao Brasil, ela mudou o curso de engenharia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) para estatística e trancou a outra faculdade. Foi na Uerj, também, que ela começou a trabalhar com estatística aplicada à área de saúde no Instituto de Medicina Social (IMS), como pesquisadora bolsista.

Seu próximo passo foi fazer um mestrado na área de epidemiologia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Mas, em 2012, ela decidiu mudar de país para buscar outros rumos na carreira.



Fonte e Matéria Completa: G1

Chuva destrói parte da BR 110 entre Ribeira do Pombal e Cícero Dantas na Bahia



Os municípios de Ribeira do Pombal e Cícero Dantas na Bahia receberam no dia de ontem, 22, um volume de água da chuva que causou estragos na cidade e em parte da BR 110 que liga as duas cidades.

A informação no momento é que nenhum veículo motorizado está conseguindo ir de uma cidade a outra.

Dentro da cidade de Pombal, casas foram destruídas pela chuva intensa, carros estão dentro de buracos em ruas que foram destruídas.

São tristes as imagens postadas nas redes sociais, mostrando imagens de calamidade pública.



Atualizado às 12:37

A BR 110 já está liberada para trafego de carros.

Fotos publicadas em rede social.

Como vencemos a Gincana para o Polivalente



Eu sou do tempo em que nós íamos a escola para estudar. Mas a diversão com os amigos que conhecíamos a cada ano era, e foi, o que de melhor ficou. Da quinta a oitava série, como era a classificação antes, eu estudei na Escola Polivalente na cidade de Paulo Afonso na Bahia. Deste período existem boas histórias.

Uma delas aconteceu no ano de 1977. Naquele ano a Igreja Católica, para mobilizar a juventude, resolveu criar uma “Gincana Estudantil”. Ela aconteceu no mês de maio, o mês de Maria. Foi montado um palco em frente da Catedral de Nossa Senhora de Fátima e durante uma semana, as noites, estivemos lá.

Participaram o Colégio Sete de Setembro, onde só estudavam os “filhos dos ricos da cidade”, o CIEPA - Centro Iintegrado de Educação de Paulo Afonso, com os alunos de idade mais avançada, e o COLEPA – Colégio Paulo Afonso da Chesf, que tinha toda a estrutura da mesma para competir e a Escola Polivalente, de ensino público e onde estudavam os “filhos dos pobres”.

Para participar da equipe composta por 10 alunos, a direção da escola deixou a responsabilidade entre todos nós. E já que isto significaria deixar de assistir algumas das aulas, a turma do matutino resolveu assumir a empreitada. Não deixando de fora quem do vespertino quisesse participar. A verdade é que a comunidade estudantil, como um todo, resolveu aderir e a escola, literalmente, parou em função do “jogo”.

Nós sabíamos que as nossas chances não estavam no poder do dinheiro do Colepa/Chesf ou do Sete de Setembro. Muito menos na força dos técnicos estudantes do CIEPA. Nós só teríamos alguma chance de vencer se nos uníssemos e usássemos o que nunca faltou aos estudantes do polivalente, a inteligência.

Todos os dias tínhamos que cumprir tarefas dadas na hora do evento e recebíamos outra, com o grau de dificuldade ainda maior e que tinham pontuação diferenciada das demais. Naquele ano, não deixamos de realizar uma única na noite. E isto nos deixava de igual para igual com as outras equipes. Nós estávamos lutando com os gigantes e mesmo assim, não éramos deixados para trás.

Três tarefas definiram a nossa vitória.

A cabeça raspada

Foi solicitado que cada grupo levasse no dia seguinte um aluno com a cabeça raspada. Saí naquela noite com uma certeza: passar pela manhã em todas as salas e perguntar quem topava a tarefa. Assim foi feito.

Ao entrar na quarta sala e depois de já estar muito preocupado, pois ninguém tinha tido a coragem. Ao falar, um garoto se levantou e disse que topava. “Pelo polivalente vale tudo. Não podemos perder por isto”. Ficamos todos surpresos pois era o mais jovem da sala. Ele foi informado que teria que ir em sua casa, trazer a mãe ou o pai para confirmar e só assim, aceitaríamos. Ele concordou e saiu em busca. Enquanto isto continuamos nas outras salas sem ter sucesso. Já estava chegando ao meio dia quando aquele garoto entrou na escola de cabeça raspada e surpreendeu a todos quando disse que não tinha ido em sua casa. Que só iria à noite, após a apresentação das tarefas. Sem ele, eu teria que raspar a cabeça. Com ele ganhamos os pontos necessários.

O Carro

A coordenação da gincana pediu um carro pintado nas cores verde e amarelo. Tinha que ser 50% de cada.

Minha mãe tinha um fusca amarelo. Seria fácil para nós. Mas não foi. Dona Regina Roque, que Deus a tenha em um bom lugar, disse “não”. Era a manhã do dia da entrega da tarefa. Eu e mais um casal de amigos do grupo saímos preocupados com a situação. A solução? Ir nas oficinas e tentar conseguir com uma alma caridosa um carro para usamos na tarefa. Indo para a escola, encontramos uma oficina que ficava onde agora está o Supermercado Suprave. Conversamos com o mecânico proprietário. Ele disse, “emprestaria com certeza. Mas o pessoal do Ciepa já passou aqui a uma meia hora e eu me comprometi com eles. Mas se eles não aparecerem para buscar até o meio dia, eu passo para vocês”. Foi um misto de alegria e preocupação. O CIEPA e o COLEPA estavam disputando diretamente conosco. Mas foi a frase final dele que me deu uma ideia. Ao sair, fomos ao Polivalente, chamei três alunos de confiança e pedi para arrumarem blusas do CIEPA, irem até o mecânico e dizer que podiam passar o carro para outro. Ao mesmo tempo, entramos em contato com o grupo do Sete de Setembro, informamos do carro que estava sobrando e que eles podiam ir lar buscar. Porque isto? O Colégio estava em 4º lugar e não nos alcançaria mais. Assim foi feito. Fiquei sabendo que foi uma confusão da zorra quando a turma do CIEPA ficou sem o carro e não teria como ter os pontos.

Voltando a minha mãe. Chamei o maior número de pessoas que podia e voltei a minha casa para implorar que ela deixasse pintar o carro. Teve choro de quase todos, até que ela concordou. Mas só se fosse com tinta “Guache”. E assim foi feito.

Lembram do carro que foi para o Sete? Chegou empurrado e sem motor. Guardem essa informação.

Feijão

A Gincana também servia para arrecadar alimentos a serem distribuídos as pessoas carentes da cidade. A Igreja aproveitou para fazer este trabalho social.

Pedi aos estudantes que trouxessem um quilo de feijão a escola no outro dia. Eles fizeram. Muitos trouxeram mais do que um quilo. Já ia dar 11h quando soubemos que os estudantes do Colepa tinham arrecadado muito mais do que nós. A empresa tinha entrado diretamente no jogo. Era a força do mais forte agindo. Foi quando lembrei que Pia, um amigo, era filho de um ex-vendedor de feijão e que, após a morte do seu pai, os dois depósitos que ficavam na Rua São Francisco estavam fechados, mas lotados de mercadoria. Naquele ano, ele estava namorando uma garota que estudava na escola. Ia lá quase que diariamente. Então, fui até ele e fiz o pedido de que nos conseguisse alguns sacos. Ele disse, “podem pegar quantos quiser. Só há um problema, acho que estão quase todos estragados”.

Ao chegar ao deposito o cheiro era muito ruim. Mesmo assim, não tínhamos outra alternativa. Como só precisaríamos entregar a tarefa no último dia, pensei, “vamos colocar o feijão ao sol”. E o melhor local seria na escola. Não foi difícil convencer professores e diretoria. Todos já estavam impactados com o nosso desempenho na gincana. Abrimos os sacos que vieram no caminhão. Espalhamos por todos os cantos possíveis dentro do colégio em que o sol batesse. Duas a três horas depois, tinha gorgulho subindo até pelas paredes. Enquanto uma equipe ficou tentando retirar os bichos com vassouras, todo o restante estava focado nas outras tarefas.

No último dia da Gincana, chegamos na cúria diocesana, ao lado da Igreja com duas caminhonetes cheias de sacos de feijão. Alguém deve ter batido a língua de como estavam as nossas leguminosas. Na chegada, fui intimado a falar a verdade e falei. Estávamos com feijão como tinham pedido.

No enchimento dos sacos na escola, eu pedi para colocarem meio saco do feijão furado e completar com meio saco do feijão arrecadado pelos estudantes. Como a pesagem só se daria ao final da competição do dia, não deixei que abrissem antes os sacos. Foi uma noite nervosa.

Terminado tudo, estávamos na disputa direta com o COLEPA, o Colégio Sete de Setembro e CIEPA já não tinham nenhuma chance e o mais bonito, torciam por nós. A pesagem do feijão era definidora para a vitória nossa. Se não aceitassem o nosso, a derrota viria.

A coordenação da Gincana estava braba conosco. Só autorizou que os Capitães das Equipes entrassem na cúria. E assim foi feito. Eu lembro de frases do tipo, “isso não é correto”, “se estiver misturado, não é feijão”. E ao ouvir a frase, me veio a imagem do carro pintado sendo empurrado por estudantes. “Se carro sem motor é carro, porque feijão furado não é feijão?” Perguntei. O silêncio na sala foi tão grande que se ouvia a conversa das pessoas na frente da Igreja. Também percebi que mesmo o feijão estando furado, ele poderia ser consumido. E que a parte superior de cada saco estavam de boa qualidade. Com a ajuda dos capitães do Sete e do CIEPA, a tarefa foi aceita. Pesaram os sacos de feijão de cada escola e ao final saiu o resultado. Os esforços de cada um dos estudantes da escola que entrou na disputado sendo vista pelos demais como a que primeiro seria derrotada, não foram em vão. Nós fomos os vencedores daquela gincana e o dia seguinte é até hoje o dia de maior significado em minha vida de estudantes.

Às 08h da manhã, uma turma de estudantes veio à minha casa. Eu ainda estava dormindo e fui acordado por eles que invadiram o meu quarto. O troféu tinha ficado comigo para entregar a diretoria. Na escola, todas as turmas estavam preparadas este momento de festa. Foi também a primeira vez que meu pai, Argemiro Roque, saiu de casa por estar se sentindo feliz e orgulhoso por um trabalho que eu estive diretamente coordenando. Tenho ainda hoje a imagem dele sentado comigo e vários estudante no meio fio em frente ao CEAPA (mercado público), esperando a ordem para irmos encontrar todos. A chegada a escola naquele dia, até hoje, ao lembrar me emociono. Aquela multidão nos esperando e feliz. Foi o dia que o improvável venceu aqueles que tinham a certeza da vitória.

Ao chegar no portão de acesso, os mais animados me colocaram nos ombros e aos gritos de “hei, hei, Dimas é nosso Rei” gritado pela multidão eu vi lagrimas nos olhos do meu pai.

Durante o dia não houve mais aulas. Foi de diversão e congraçamento entre todos.

Um dia que o tempo não vai apagar. A história deve ser preservada.