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A política que brota sob os pés do povo

Enquanto os tronos se mantêm estáticos, o vento muda. Movimentos sociais que cultivam comida, água e dignidade agora disputam mandato nos palcos institucionais — e o resultado é revolução. No Nordeste, onde a luta ressoa em cada município pequeno, a voz do campo e da favela salta do chão para as câmaras e assembleias.

Em 2024, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) rompeu o silêncio da urna e lançou mais de 600 candidaturas pelo país, distribuídas em 367 municípios em 22 estados, com forte presença no Nordeste: 58% dessas candidaturas estão na região. Prioridade: reforma agrária, agroecologia e combate à fome. 62,5% dos candidatos são pretos ou pardos, 38% ligados à comunidade LGBTQIA+ e grupo indígena representado, em uma plataforma que busca transformar (setores) históricos da política institucional.

O labirinto do Brasil por ser

“Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo.” – Darcy Ribeiro, O povo brasileiro.

A ordem político-institucional herdada da reconstitucionalização de 1988 foi posta em recesso com o impeachment de Dilma Rousseff. Morria ali a Nova República anunciada por Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. O golpe de Estado de 2016 se consolidou com o regime-tampão do vice perjuro, ponte para a ascensão do neofascismo, pela vez primeira no Brasil a escalar o poder pela via eleitoral.

O presidencialismo espatifa-se como bola de cristal caída ao chão e, com seus estilhaços, a direita concerta o quebra-cabeça como novo Leviatã: poderoso mostrengo que devora as instituições republicanas e impõe a ingovernabilidade como estágio preparatório do caos, indispensável para a revogação do que ainda podemos chamar de “ordem democrática” – frágil, nada obstante sua permanente conciliação com o grande capital, no que se esmera o atual Congresso, implacável no desmonte do que quer que seja que possa sugerir um Estado de bem-estar social.

A Era das Trevas, Moderna

Cheguei naquela cidadezinha do interior com o romantismo típico de quem acredita que o tempo por ali anda mais devagar, que o povo vive sorrindo com dente de ouro e que todo mundo ainda cumprimenta o outro com um “bença” ou um “vá com Deus”.

Mas bastaram cinco minutos no asfalto esburacado para esse encantamento virar uma freada brusca.

Lá estavam eles: dois jovens, com olhar maroto e pedras nas mãos, prestes a decretar o fim de, mais uma porque já estava próximo outra quebrada, luminária novinha em folha, recém-instalada pela prefeitura. Uma daquelas de LED, chique, que a gente sabe que custou mais do que devia. Dava até pra ver a plaquinha de inauguração brilhando do lado: “Projeto Luz, com recursos do povo, digo, do Estado”.

O tarifaço de Trump

Donald Trump venceu as eleições nos Estados Unidos sob a bandeira flamejante do nacionalismo. Durante a campanha, fez promessas de instituir políticas radicais de protecionismo à América, o que inclui especialmente a área econômica. Poucos dias após assumir o cargo de presidente, ele já deu mostras de que não está para brincadeira.

Um dos primeiros passos de Trump à frente da Casa Branca foi colocar em prática o programa de deportação em massa de imigrantes ilegais e refugiados, provenientes especialmente de países como Guatemala, Honduras, México, Venezuela, China e Brasil, entre outros. As condições com que as deportações estão sendo realizadas chamam a atenção do mundo todo. O tratamento aos deportados é simbólico e um recado de como o Governo dos Estados Unidos conduzirá as relações com as demais nações do mundo.

É cedo para festejar: a denúncia da gangue não é o ponto de chegada

A denúncia da PGR contra a choldra liderada pelo capitão delinquente, tão esperada, não chega a constituir surpresa, mas implica profundo corte no cenário político. De um lado, pode despertar a esquerda (tomada em plano mais geral) de sua letargia; de outro, deve impor à direita — até aqui fogosa por não enfrentar adversário à altura — um recuo ao canto do ringue, onde hoje se encontra o governo, enredado em sua insegurança estratégica.

Embora o contentamento com o início da ação seja compreensível (temos viva a lembrança do que foi a longa noite bolsonarista), não há razões para soltarmos balões e foguetes, festejando uma vitória ainda por se efetivar — e de cuja construção a esquerda e os progressistas em geral ainda não participaram. Até aqui, o sujeito do processo e depositário das esperanças democráticas é o Poder Judiciário, quando a questão fundamental, que diz respeito ao governo, às esquerdas e ao país, não é jurídica, mas política e, por consequência, só se resolverá na política — onde vimos falhando.

Precisamos falar sobre Múcio

“Age em relação a teus amigos como se eles devessem tornar-se um dia teus inimigos”

-Cardeal Mazarin, Breviário dos políticos

O governo Lula ainda não conseguira instalar-se de fato; a área da defesa permanecia intocada (como intocada permanece até aqui), e a mobilização popular cessara com a “subida da rampa”, promessa finada em sua bela metáfora. Os chefes militares do novo governo haviam sido ditados pelas fileiras ao ministro da Defesa; o presidente não cuidou politicamente da lista que lhe foi apresentada, não pesou os nomes nem os critérios da escola estritamente castrense, e os comandos permaneceram os mesmos. Havíamos vencido as eleições, assumíramos o governo, mas tudo permanecia como dantes no castelo de Abrantes. Assim, o passado que supúnhamos haver derrotado é que construía os fatos, e os fatos nos governavam.

A Influência na Arte de falar na Política e na Sociedade

Conheço poucos políticos "pauloafonsinos"  que foram bons frasistas em seus discursos, mas nenhum tão criativo de improviso, como o ex-prefeito José Ivaldo  de Brito Ferreira; um pernambucano  da cidade de Pesqueira(PE), que apareceu aqui em Paulo Afonso e se notabilizou como político, tornando-se prefeito de Paulo Afonso ainda jovem. 

Esquerda e governo Lula: desafios em um mundo em convulsão

A crise política – anunciante do que virá – exige da esquerda brasileira o engenho e a arte que lhe têm faltado: compreender as circunstâncias e o caráter do governo Lula e, nele e em face dele, identificar seu papel e arrecadar os elementos de que carece para agir. Procuramos compreender a realidade para modificá-la, o que exige reflexão, um olhar histórico e um simultâneo comprometimento com o futuro em construção.

Carecemos de uma esquerda preparada para rever objetivos e corrigir paradigmas, despida de partis pris, ousada o suficiente para reavaliar certezas e axiomas, sempre em benefício do processo revolucionário real. Processo que, exatamente por não abdicar das utopias fundadoras, mantém-se atento ao mundo objetivo e suas circunstâncias – não como ditadura da história, mas como fenômeno; não como esfinge, mas como solução.

A nova gestão e o fechamento dos portões

Em 1º de janeiro de 2025, o sol raiou em um horizonte já conhecido, mas com a promessa de novos ventos. Os novos prefeitos, ansiosos, tomaram posse com um discurso inflamado de mudanças e renovação. No entanto, mal haviam passado algumas horas desde que cortaram as fitas simbólicas como seus belos ternos e a primeira ação começou a se desenhar: o fechamento das repartições públicas. As portas, que deveriam ser de acesso, se tornaram barreiras.

O que parecia um cerimonial de esperanças logo foi sufocado por murmúrios de cidadãos perplexos. Um amigo me telefonou dizendo que se viu diante de um prédio com portões fechados e uma placa que trazia a justificação: “Fechado para reestruturação. O prefeito anterior deixou tudo bagunçado”. A indignação paira no ar, enquanto muitos se perguntavam: o que significa realmente "bagunçado"?

A Arte de Dividir para Enfraquecer

 

– e a Involuntária Competição de Egocentrismo Moderno.

No mercado de uma sociedade globalizada, onde cada esquina parece abrigar uma disputa feroz, há uma técnica infalível para garantir a confusão eterna: dividir para enfraquecer. O velho truque, outrora usado por impérios ambiciosos, agora anda de terno, com uma prancheta, como consultor da modernidade. Não há necessidade de exércitos ou cavalos de guerra. Hoje, basta um meme malicioso, um comentário inflamado nas redes sociais, e pronto: os ânimos estão acesos.

A velha máxima romana "divide et impera" (dividir para conquistar) agora tem versões atualizadas. É o aplicativo com notificações frenéticas que grita: "Fulano discorda de você!" É o algoritmo que seleciona, com requintes de crueldade, as opiniões mais opostas à sua para aparecer na sua timeline. E assim, jogam-se uns contra os outros. Homens contra mulheres, etnias contra etnias, gerações contra gerações. Enquanto brigamos sobre quem pode ou não usar a palavra "cringe", há alguém no fundo da sala se abanando com notas de dólar, rindo da nossa confusão.

Indiciamento de Bolsonaro e Aliados: A nova fase da crise política brasileira

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por sua participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Este indiciamento é o terceiro desde que ele deixou a presidência. Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo figuras de destaque como o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e o delegado Alexandre Ramagem, ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). As acusações incluem abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Surge uma nova liderança no Espírito Santo, Emanuela Pedroso

As eleições municipais realizadas no último domingo (06/10), no Espírito Santo, revelaram, além da força de legendas partidárias como o PSB do governador Renato Casagrande, com o maior número de prefeitos eleitos, também personagens que se destacaram por contribuir para a conquista de vitória nas urnas de vários candidatos. Entre esses personagens não se pode deixar de citar a secretária de Estado do Governo, Maria Emanuela Alves Pedroso.

Com sua ampla experiência de ex-vereadora e ex-prefeita de Alto Rio Novo; de ex-secretária-executiva da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes); de ex-secretária municipal de Viana; e também de ex-secretária de Estado de Economia e Planejamento, cargo no qual coordenou a execução do orçamento no encerramento do exercício financeiro do segundo mandato de Casagrande, Maria Emanuela Pedroso se revela como uma nova liderança política, especialmente por sua atuação no pleito municipal do Noroeste, Nordeste e Centro-Oeste capixabas.

WASHINGTON NÃO PODE PROCLAMAR GONZÁLEZ

A política tem sua lógica, nem sempre clara à primeira vista, notadamente em tempo de mudanças radicais.

Está em curso a mais espetacular virada desde a queda de Roma. A supremacia anglo-saxã, imposta paulatinamente desde as circunavegações e revoluções burguesas, busca sobrevida perante a arrancada, até há pouco implausível, de desafiantes poderosos.

Os sinais de hecatombe se anunciam com a exibição de instrumentos de destruição em massa, o cerco à Rússia, a concentração de arsenais em torno da China, o estimulado ressurgimento da capacidade militar da Alemanha e do Japão, a tentativa de naturalização do genocídio em Gaza, os massacres incontáveis e invisíveis de africanos, a ardilosa capacidade de manipulação de comportamentos de indivíduos, sociedades e Estados pelas novas mídias e pelos múltiplos estímulos à bestialidade neonazista.

Nova Decisão Judicial Ordena Remoção de Vídeo com Ofensas a Pré-Candidato em Canindé



A Justiça Eleitoral de Sergipe determinou mais uma vez a remoção de conteúdo considerado propaganda eleitoral negativa antecipada contra o pré-candidato Kaká Andrade. Desta vez, a decisão, emitida pela 28ª Zona Eleitoral de Canindé de São Francisco, envolve um vídeo publicado por Márcio Alexsandro Aragão Toledo em sua conta no Instagram, onde Kaká Andrade é duramente criticado.

O Diretório Municipal do Partido Social Democrático (PSD) de Canindé de São Francisco ajuizou a representação alegando que Márcio Aragão utilizou termos ofensivos como “mentiroso, criminoso, burro e velho com cheiro de naftalina” ao se referir a Kaká Andrade. Além disso, Aragão acusou o pré-candidato de ter praticado crime eleitoral ao divulgar seu plano de governo fora do período permitido pela legislação eleitoral.

A hora da esquerda reencarnada

“O espírito da esquerda existe e  precisa de encarnação”.

 (Edgar Morin,102 anos).

Em apenas uma semana a humanidade democrática saltou do anunciado mergulho no poço sem fundo do desencanto (ao qual parecia condenada) para a recuperação da esperança, que hoje corre o mundo como lufada benfazeja. As boas novas que chegam da França nos afagam e animam em momento de muita carência. Comemoremos, pois, a primavera fora do calendário. É o que o filósofo Edgar Morin, em sua lucidez, define como “encarnação”, que não foi, esta que estamos a festejar, obra do acaso, jamais o é, e menos ainda oferenda dos bons fados, posto que é fruto de muito engenho e arte. Trata-se de ourivesaria concertando na mesma peça a denúncia política firme e a hábil coragem do pragmatismo a serviço de um objetivo claro. O avanço em vez de recuo. A esquerda que se tinha em estertores – consumida pelo avanço incoercível da extrema-direita protofascista, que corre o mundo e nos ameaça –, ressurge na liderança da Assembleia Nacional, superando os fascistas de Le Pen e os direitistas de Macron, o presidente que conheceu as cordas nos pleitos de junho e julho, mas que ainda hoje tergiversa no reconhecimento do decreto da soberania popular. Sua derrota não foi acachapante, como anunciavam os números do primeiro turno, e como desejava Marine Le Pen, desde logo candidata à sua sucessão. Governará, sabe-se lá como, em coabitação que ainda não se conhece, mais três anos, mas é desde já o que a literatura política nos EUA chama de “pato manco”, de que é exemplo Joe Biden, nos seus longos poucos dias restantes de Casa Branca.  

O sorriso contagiante de Kaká e a alegria de fazer a boa política

A pré-campanha eleitoral no município de Canindé de São Francisco, em Sergipe, está vivendo um fato inusitado neste início dos trabalhos dos pré-candidatos a prefeito da cidade. É que o adversário de Kaká (PSD), achou por bem fazer críticas à forma como ele vive alegre, com um sorriso no rosto. Para a campanha do adversário, ser feliz é algo inaceitável para um político.

Ora, o sorriso no rosto de Kaká mostra o que há de melhor em sua personalidade. Kaká não escolhe a quem beijar ou abraçar só para fazer uma foto; Kaká abraça e beija os populares porque esta é a essência de sua personalidade. Kaká é do povo e, por isso, é bem recebido pelos populares por onde passa.

Lula e a extorsão da casa grande

Simplifica o raciocínio, mas permanece distante da raiz da crise reduzir o ‘conflito do Congresso com o Executivo’ à ação rapineira do presidente da Câmara dos Deputados, chantageando o governo Lula todos os santos dias.  Sua estratégia é amplificar tensões para acumular prebendas, que vão, do assalto à governança, à acumulação de recursos amputados do erário; mais recursos para parlamentares em ano eleitoral distribuir em seus rincões, o velho e cediço tráfico de influência mediando cargos e verbas públicas. 

Mas ao  tomar a si o virtual comando do Orçamento, e assim esvaziar a presidência da república, a operação do presidente da Câmara dos Deputados simplesmente atende   a uma demanda  da classe dominante. 

Governo discute com lideranças religiosas sobre políticas de combate ao racismo e à Intolerância e criação dedelegacia especializada

Líderes religiosos de candomblé, umbanda, espiritismo, muçulmanos e israelitas foram alguns dos que estiveram com o governador Jerônimo Rodrigues na tarde desta quarta-feira (24), no Centro Administrativo, em Salvador, para discutir a criação da Delegacia Especializada de Combate à Intolerância Religiosa (Decradi). Participaram do encontro secretários de estado e representantes da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que estão no planejamento de ações para a delegacia e de outras políticas de prevenção e combate aos crimes de mesmo gênero. Na ocasião, também foram apresentadas políticas estaduais que já foram implementadas e dados registrados no último ano. 

“Esse encontro inter-religioso traz a construção de um ambiente de paz. Foi um momento para ouvir as considerações dos líderes religiosos, e acabamos tirando encaminhamentos sobre o fortalecimento da ronda Omnira, que atuará contra a intolerância religiosa”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues, lembrando que a Bahia é o único estado que tem uma ronda específica para isso.

Jerônimo lidera reunião da base aliada, que avança para candidatura em Salvador

Demonstrando forte articulação com a base de apoio, o governador Jerônimo Rodrigues reuniu líderes de partidos, deputados estaduais, federais e vereadores de Salvador neste sábado (14), na capital baiana. O encontro faz parte do processo de afunilamento das discussões em torno do nome que representará o grupo nas eleições municipais do próximo ano.

À frente da articulação, Jerônimo já afirmou em outros momentos a importância da coesão do grupo e consolida cada vez mais a ideia de que o conjunto de partidos da base saia unido para disputar a prefeitura de Salvador.

PT discute conjuntura política e desafios para eleições 2024 na Bahia

A Executiva do Partido dos Trabalhadores da Bahia e a bancada do PT na Assembleia Legislativa da Bahia se reuniram nesta segunda-feira, 15, para mais uma rodada de diálogos em que discutiram a conjuntura política atual, o desenvolvimento da Bahia e do Brasil e as eleições municipais de 2024. Na ocasião, os membros do Diretório Estadual e os parlamentares avaliaram os principais desafios do cenário nacional e estadual para reconstrução do Brasil e para o aprofundamento do projeto mudancista no estado e destacaram a importância de ampliar o número de prefeituras, principalmente nas cinquenta maiores cidades, além de elevar o número de vereadores no próximo pleito.