PF desmonta quadrilha do tráfico animal na Bahia

Uma operação cinematográfica da Polícia Federal, realizada na madrugada desta segunda-feira, escancarou o lado mais cruel e lucrativo do tráfico de animais silvestres no estado. Em ação coordenada com o Ibama e a Polícia Militar da Bahia, agentes apreenderam mais de 200 aves e répteis raros, muitos deles ameaçados de extinção, que seriam vendidos ilegalmente para colecionadores e criadores clandestinos no Sudeste e até no exterior.

A investigação, que durou seis meses, revelou uma rede criminosa com ramificações em pelo menos três estados. Os animais eram capturados em áreas de preservação da Caatinga e da Mata Atlântica, transportados em condições degradantes e vendidos por valores que chegavam a dez vezes o salário mínimo por exemplar. Entre as espécies resgatadas estavam araras-azuis, papagaios-verdadeiros e jabutis-piranga.

Segundo a PF, a ação só foi possível graças ao reforço de recursos e integração entre órgãos federais e estaduais, política que vem sendo fortalecida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador Jerônimo Rodrigues. Ambos têm defendido publicamente a proteção da biodiversidade como prioridade estratégica, não apenas ambiental, mas também econômica e social.

“Estamos falando de um patrimônio natural que pertence ao povo brasileiro. Combater o tráfico de fauna é proteger nossa identidade e garantir que as futuras gerações conheçam essas espécies vivas, e não apenas em livros”, afirmou um porta-voz do governo estadual.

Os animais apreendidos foram encaminhados a centros de reabilitação e, após avaliação veterinária, deverão ser devolvidos à natureza. Já os suspeitos, presos em flagrante, responderão por crimes ambientais e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar oito anos de prisão.

A operação, batizada de “Asas da Liberdade”, é mais um capítulo de uma política de enfrentamento ao crime ambiental que, segundo especialistas, só se sustenta com investimento contínuo, fiscalização rigorosa e educação ambiental. Para a população, fica o alerta: comprar ou manter animais silvestres sem autorização é crime, e alimenta um mercado que destrói ecossistemas inteiros.

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