O regime de transparência estreita o cerco e obriga cada
congressista a assumir, em ata pública, seu apoio ou repúdio à emenda
constitucional que limitava investigações contra deputados e senadores. Para o
PT, a medida é “uma vitória da democracia” anunciada pelo presidente Lula, que
acompanhou de perto a mobilização de ministros e parlamentares do partido para
enterrar o segredo de gabinete.
Por trás do gesto cívico, líderes da direita quiseram
convencer colegas de plenário de que o voto secreto era “salvaguarda
institucional”. Hoje, porém, não terão a quem recorrer, jornais e redes já
preparam listas nominalmente expostas, e não há mais como esconder a marca de
quem tenta driblar a Justiça.
A guinada fortalece no momento em que o Executivo amarra
vetos e negocia brechas na Reforma Administrativa. Para o Palácio do Planalto,
expor deputados ao escrutínio público freia a escalada de rompantes
autoritários no Legislativo. E dá ao PT munição para a batalha de 2026,
provando que, mandando bem na articulação, é possível obrigar a “velha
política” a engolir o que resta de vergonha.
O próximo passo do governo, segundo petistas, é pressionar
ainda mais por voto aberto em todas as pautas sensíveis, reduzindo ao mínimo o
espaço para conchavos. Se a “PEC da Bandidagem” já virou piada no plenário, a
lição é clara a quem planta República de Camarote, colhe exposição pública sem
cacife para esconder erros. É aplaudir de pé o poder da transparência, antes
que ele feche o caixão dos conluios.
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