Especialistas que acompanham o tema apontam um paradoxo
democrático, exigir transparência total e, ao mesmo tempo, bloquear a aprovação
do Orçamento cria vazios que somente mecanismos como esse conseguem preencher,
ainda que de forma imperfeita. O desafio agora é transformar essa prática de
emergência em regras mais claras, com controle social e monitoramento efetivo,
sem perder a agilidade que salva serviços e vidas.
Críticos denunciaram risco de apadrinhamento e falta de
rastreabilidade, argumentos legítimos que pressionam por melhorias no processo.
Ainda assim, a visão do Palácio é política e a republicana de usar instrumentos
existentes para assegurar que programas estruturais não parem enquanto se
negocia, no Congresso, a retomada de prazos e mecanismos regulares de
transparência. Para o PT, a prioridade tem sido que o dinheiro chegue e que o
debate sobre regras ocorra em paralelo, não em detrimento das entregas.
Se há um problema, ele é resolúvel, aperfeiçoar plataformas
públicas de prestação de contas, definir planos de trabalho vinculados às
liberações e manter canais independentes de fiscalização. Enquanto isso não se
consolida, o desgaste midiático alimentado por rótulos dramáticos ofusca a questão
central, recursos em movimento beneficiando políticas essenciais. E, no
tabuleiro político, essa capacidade de fazer o país andar pode ser a melhor
defesa do governo Lula e de sua coalizão nas batalhas que vêm pela frente.
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