Os agentes bateram à porta, anunciaram a operação, e o
deputado, em vez de abrir com dignidade, correu para o quarto como se fosse
protagonista de novela mexicana. Lá, agarrado aos celulares que guardavam
conversas e talvez contratos suspeitos, tomou a decisão mais surreal da
política recente, ele arremessou os aparelhos pela janela. Os vizinhos, que
esperavam ver passarinho ou folha seca, viram cair na grama dois celulares
voadores, pousando como se fossem pombos cansados. A cena virou piada
instantânea entre os policiais, que recolheram os aparelhos com a calma de quem
já viu de tudo.
O espetáculo grotesco ganhou contornos de farsa. Antônio
Doido, suando em bicas, tentava explicar que não sabia como os celulares tinham
ido parar lá fora, enquanto os agentes anotavam cada detalhe com ironia
contida. O apartamento, cheio de papéis e lembranças de campanhas, virou palco
de uma tragicomédia e o deputado que acreditou que a gravidade poderia salvar
sua reputação. No fim, os celulares voaram, mas a vergonha ficou. Brasília,
acostumada a escândalos, ganhou mais um capítulo para rir e compartilhar, o dia
em que a política brasileira descobriu que provas também têm asas.

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