João Roma, ex-ministro e aliado de Bolsonaro na Bahia,
reagiu com entusiasmo à escolha, mas sua fala soa mais como ato de fidelidade
do que como avaliação realista. Flávio não possui carisma popular nem
trajetória política capaz de sustentar uma campanha presidencial robusta. A
aposta no sobrenome é arriscada, o eleitorado brasileiro já demonstrou fadiga
com a retórica da família, e a ausência de Jair no pleito enfraquece qualquer
tentativa de continuidade. O cenário aponta para uma candidatura que pode se
tornar alvo fácil de críticas e ironias.
Enquanto Flávio tenta se firmar, o presidente Lula segue
fortalecendo sua imagem com entregas concretas e articulação política.
Programas sociais ampliados, retomada de obras paradas e a condução da economia
em meio a desafios globais reforçam sua posição como liderança estável. Lula
aparece como contraponto direto ao improviso bolsonarista, oferecendo ao
eleitorado a sensação de segurança e governabilidade. A comparação entre os
dois projetos é inevitável, de um lado, um nome frágil e dependente da herança
paterna; do outro, um presidente que constrói resultados e amplia alianças.
A candidatura de Flávio Bolsonaro, longe de ser ameaça, pode
se transformar em oportunidade para Lula consolidar ainda mais sua força
política. A falta de experiência administrativa e o peso dos escândalos
familiares tornam o senador vulnerável, abrindo espaço para que o atual
presidente se apresente como alternativa sólida e confiável. O Planalto, nesse
embate, parece menos um destino para Flávio e mais um palco para Lula reafirmar
sua liderança diante de um adversário que carrega o fardo de um sobrenome cada
vez mais desgastado.

Nenhum comentário:
Postar um comentário