União Brasil sangra e ACM Neto perde o rumo

A expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, pelo União Brasil, após sua decisão de permanecer no governo Lula, escancarou a crise interna do partido e expôs a fragilidade da liderança de ACM Neto. A executiva nacional aprovou a medida em votação secreta, com 24 votos favoráveis, alegando infidelidade partidária. Sabino justificou sua permanência no cargo como compromisso com projetos estratégicos, especialmente às vésperas da COP30 no Pará, mas o gesto foi interpretado como desafio direto à cúpula da legenda.

O episódio deixou Neto em posição desconfortável, já que o ex-prefeito de Salvador tenta se firmar como referência nacional dentro do União Brasil, mas vê o partido se fragmentar diante de disputas internas e contradições públicas. A incapacidade de controlar seus aliados e de oferecer uma narrativa convincente sobre o futuro da sigla reforça a imagem de um líder enfraquecido, mais preocupado com cálculos eleitorais do que com a unidade partidária. A crise, inevitavelmente, respinga em sua ambição de disputar novamente o governo da Bahia em 2026.

Enquanto o União Brasil se perde em brigas e expulsões, o governador Jerônimo Rodrigues segue fortalecendo sua imagem de gestor estável e comprometido com a governabilidade. Ao contrário de Neto, Jerônimo tem conseguido manter diálogo com diferentes setores, consolidando apoio político e social em torno de sua administração. A comparação entre os dois líderes é inevitável, de um lado, um partido em frangalhos, do outro, um governo que avança em obras e programas sociais, mesmo em meio às turbulências nacionais.

A expulsão de Sabino não é apenas um problema interno do União Brasil, mas um sinal claro de que ACM Neto perdeu o controle sobre sua própria base. O partido que deveria ser sua plataforma de ascensão nacional se transforma em palco de disputas e derrotas, enquanto Jerônimo Rodrigues aproveita o vácuo para se firmar como contraponto positivo na política baiana. A crise expõe a fragilidade de Neto e reforça a percepção de que sua trajetória política pode estar em declínio, justamente quando o governador da Bahia se projeta como liderança sólida e confiável.

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