PF escancara podridão das emendas com celulares voando pela janela e assessora de Lira na mira

A Polícia Federal deflagrou novas fases da Operação Transparência entre os dias 12 e 16 de dezembro de 2025, revelando um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares que atinge diretamente figuras ligadas ao poder em Brasília e com ramificações na Bahia. Entre os investigados estão Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL), e o deputado Antônio Doido (MDB-PA), que protagonizou uma cena grotesca ao jogar seus celulares pela janela quando agentes chegaram para cumprir mandado de busca em sua residência.

As investigações apontam que os recursos desviados estavam vinculados a emendas de relator, mecanismo já apelidado de “orçamento secreto”, usado para irrigar bases eleitorais sem transparência. A suspeita é de que parte dessas verbas tenha sido direcionada a contratos superfaturados e obras fantasmas em municípios baianos, reforçando a percepção de que a prática da corrupção continua sendo rotina na política nacional. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, autorizou as diligências e classificou os indícios como graves, envolvendo crimes de peculato, falsidade ideológica e corrupção.

O episódio expõe a face mais suja da política com parlamentares e assessores transformando dinheiro público em moeda de troca, enquanto a população enfrenta carências básicas. A imagem de celulares voando pela janela e de assessores ligados a caciques sendo flagrados em operações policiais é simbólica e mostra que, por trás dos discursos de moralidade, há um sistema que insiste em se alimentar daquilo que deveria servir ao povo. A Bahia, mais uma vez, aparece como palco de desvios que corroem a confiança nas instituições e reforçam a necessidade de vigilância permanente.

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