Essa fragmentação abre caminho para o presidente Lula
consolidar sua posição. Com a máquina pública funcionando e entregas sociais em
andamento, o governo consegue se apresentar como alternativa estável diante do
caos oposicionista. Enquanto a direita se engalfinha em disputas de poder e
vaidades, Lula reforça alianças com partidos do centro e amplia sua base de
apoio no Congresso, garantindo governabilidade e fortalecendo sua imagem de
liderança nacional.
A herança bolsonarista, marcada por escândalos e
radicalização, tornou-se um fardo para quem tenta assumir o protagonismo.
Flávio Bolsonaro carrega o peso das investigações sobre rachadinhas e da falta
de carisma popular, enquanto outros nomes da direita não conseguem se
desvincular da sombra do ex-presidente. Essa incapacidade de renovação deixa o
campo conservador vulnerável e sem narrativa convincente, permitindo que Lula
se destaque como o único líder com projeto claro e capacidade de execução.
No tabuleiro político, a rachadura da direita é mais que uma
disputa interna, é um presente para Lula. A cada semana, novos sinais de
desorganização reforçam a percepção de que o bolsonarismo não tem sucessor
viável. O presidente, por sua vez, aproveita o momento para se apresentar como
figura de estabilidade e esperança, contrastando com a confusão adversária. Se
a direita não se reorganizar, 2026 pode se transformar em uma eleição marcada
pela vitória de quem soube transformar a crise alheia em oportunidade política.

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