Motta abre as portas da Câmara para salvar golpistas e manchar o Brasil

A madrugada de 10 de dezembro ficará marcada como mais um capítulo vergonhoso da política brasileira. A Câmara dos Deputados aprovou, com 291 votos favoráveis e 148 contrários, o projeto da chamada dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas a crimes contra o Estado Democrático de Direito. A medida abre caminho para reduzir condenações de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo militares e até o ex-presidente Jair Bolsonaro. O resultado expõe a fragilidade institucional e a disposição de parte do Congresso em proteger criminosos que atentaram contra a democracia.

O responsável por pautar essa votação foi o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ignorou a gravidade do tema e se alinhou aos interesses do Centrão e de parlamentares ligados ao bolsonarismo. Ao colocar em discussão um projeto que favorece golpistas, Motta não apenas comprometeu a credibilidade da Casa, mas também reforçou a percepção de que o Legislativo se tornou cúmplice de quem tentou rasgar a Constituição. Sua postura revela um desprezo pela memória das vítimas e pela sociedade que exigia punição exemplar aos responsáveis pelo ataque às instituições.

O projeto, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), foi apresentado como alternativa à anistia ampla que vinha sendo defendida por aliados de Bolsonaro. No entanto, a essência é a mesma, aliviar a situação de quem conspirou contra a democracia. A manobra legislativa escancara o jogo político de bastidores, em que líderes partidários se reúnem para costurar acordos que beneficiam criminosos, enquanto a população assiste, indignada, ao desmonte das garantias democráticas. A votação, conduzida sob a batuta de Motta, é um insulto àqueles que acreditam na justiça e na responsabilidade institucional.

A aprovação da dosimetria não é apenas um escândalo jurídico, mas um retrato da decadência moral de parte do Congresso. Hugo Motta, ao pautar e defender a medida, inscreve seu nome na lista dos que preferiram proteger golpistas em vez de defender o Estado Democrático de Direito. O Brasil, já traumatizado pelo ataque de 8 de janeiro, agora enfrenta a humilhação de ver seus representantes legislativos atuando como advogados de criminosos. A história cobrará caro por essa escolha, e o nome de Motta ficará associado à vergonha e à cumplicidade com o golpe.

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