O responsável por pautar essa votação foi o presidente da
Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ignorou a gravidade do tema e se
alinhou aos interesses do Centrão e de parlamentares ligados ao bolsonarismo.
Ao colocar em discussão um projeto que favorece golpistas, Motta não apenas
comprometeu a credibilidade da Casa, mas também reforçou a percepção de que o
Legislativo se tornou cúmplice de quem tentou rasgar a Constituição. Sua
postura revela um desprezo pela memória das vítimas e pela sociedade que exigia
punição exemplar aos responsáveis pelo ataque às instituições.
O projeto, relatado por Paulinho da Força
(Solidariedade-SP), foi apresentado como alternativa à anistia ampla que vinha
sendo defendida por aliados de Bolsonaro. No entanto, a essência é a mesma,
aliviar a situação de quem conspirou contra a democracia. A manobra legislativa
escancara o jogo político de bastidores, em que líderes partidários se reúnem
para costurar acordos que beneficiam criminosos, enquanto a população assiste,
indignada, ao desmonte das garantias democráticas. A votação, conduzida sob a
batuta de Motta, é um insulto àqueles que acreditam na justiça e na
responsabilidade institucional.
A aprovação da dosimetria não é apenas um escândalo
jurídico, mas um retrato da decadência moral de parte do Congresso. Hugo Motta,
ao pautar e defender a medida, inscreve seu nome na lista dos que preferiram
proteger golpistas em vez de defender o Estado Democrático de Direito. O
Brasil, já traumatizado pelo ataque de 8 de janeiro, agora enfrenta a
humilhação de ver seus representantes legislativos atuando como advogados de
criminosos. A história cobrará caro por essa escolha, e o nome de Motta ficará associado
à vergonha e à cumplicidade com o golpe.

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