A greve geral de 28 de abril é
um momento decisivo da resistência e da luta da classe trabalhadora, dos
movimentos populares, das mulheres, dos negros e negras, das juventudes, contra
os brutais ataques que o tenebroso governo golpista de Temer vem desferindo
contra o povo brasileiro, juntamente com os seus sócios do parlamento, do
judiciário, da mídia golpista, do grande capital.
A greve geral é o resultado de
um processo de construção e acumulação de forças iniciado pela CUT em 2016, em
meio ao acirramento da luta de classes no país, e que contou com uma intensa
jornada de lutas e mobilizações, assembleias, debates, atos, ocupações,
paralisações e greves, que trouxeram a classe trabalhadora para as ruas à
medida que os ataques aos direitos se intensificaram.
A pressão das bases sindicais
sobre direção pelegas e golpistas fez com que se construísse unidade das
Centrais na convocação da greve geral. Eis porque não é força de retórica dizer
que nunca antes na história deste país a classe trabalhadora sofreu ataques tão
explícitos e avassaladores para destruir direitos conquistados ao longo de um
século de lutas.
A deposição da presidenta
legitimamente eleita, através de um golpe midiático, jurídico e parlamentar
abriu as comportas para a avalanche de ataques aos direitos dos trabalhadores e
das trabalhadoras.
Um conluio entre o Executivo,
o Legislativo, o Judiciário e a mídia chutaram as regras e procedimentos
democráticos e legais básicos para consolidar rapidamente o
golpe. Isto só foi possível em
tempo recorde, porque as prerrogativas democráticas
da Constituição aprovada em
1988 com o fim da ditadura militar se desmancham cotidianamente no ar.
A criminalização dos
movimentos populares e sindical, a intensificação da violência das polícias
militares nas periferias e contra manifestantes, as acusações sem provas das
delações premiadas, os vazamentos seletivos da Lava Jato, são provas de que vem
se instalando um estado de exceção no Brasil.
Para completar o roteiro
golpista tentam desmoralizar, criminalizar e inviabilizar a candidatura de
Lula, que dispara nas pesquisas.
Desde agosto de 2016, o
governo usurpador de Temer está pagando rigorosamente
a sua conta com os
financiadores do golpe. Primeiro, aos interesses do imperialismo, entregando em
outubro do ano passado, o Pré-Sal à exploração das transnacionais do petróleo.
Em dezembro congelou por 20
anos os gastos com educação, saúde, políticas sociais, salários de servidores e
investimentos em infraestrutura, porém preservando o pagamento da discutível
dívida pública a juros escorchantes.
Em março, aprovou a
terceirização irrestrita, sem nenhuma garantia de direitos aos trabalhadores,
numa manobra espúria que desengavetou projeto de lei de FHC, arquivado pelo
presidente Lula.
Em abril, passando por cima do
regimento interno da Câmara, a canalha parlamentar aprovou regime de urgência
para a Reforma Trabalhista, o que se for levado a cabo na prática acaba com a
CLT e com a possibilidade do trabalhador recorrer à Justiça do Trabalho.
A Terceirização e Reforma
Trabalhista são a fatura de Temer para com o patronato empresarial golpista.
A cereja do bolo ficou para o
capital financeiro, para os banqueiros que a partir da destruição da
previdência pública abrirão um mercado milionário para os bancos explorarem e
lucrarem ainda mais à custa da penúria da classe trabalhadora. Mas foi
justamente a partir do caráter explicitamente destruidor e escravista da
Reforma da Previdência – trabalhar até morrer -- que a luta ganhou intensidade
e surgiu a possibilidade real de derrotar as nefastas reformas e o golpe nas
ruas.
A greve geral de 28 de abril
deve abrir uma etapa mais intensa e radicalizada da luta política e social no
país, reivindicando Nenhum direito a Menos e também a redemocratização do país,
pois nem o Temer, nem o Congresso, nem o Judiciário tem legitimidade para
continuar governando o Brasil.
Derrotar as Reformas dos
golpistas, Fora Temer, Eleições Gerais em 2017, seguidas de Assembleia Nacional
Constituinte, são os caminhos para a classe trabalhadora derrotar as Reformas
Trabalhista e da Previdência e anular a Terceirização, a entrega do Pré-Sal, o
corte nos investimentos públicos e retomar o caminho da ampliação de direitos.
28 de abril é o ponto de
virada!
A luta seguirá cada vez mais forte.
Por Jandyra Uehara Alves - Secretária
Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT