Acordei hoje, 30, e recebi a notícia
da morte de Belchior em um aplicativo de bate papo.O cantor na noite deste
sábado, 29, em casa, em Santa Cruz (RS), aos 70 anos. Foi um choque para mim. Não
que ele tivesse sido um amigo pessoal e convivido diariamente da sua
intimidade. Não foi por nada disso. Mas ele esteve presente em minha vida através
das suas poesias e músicas durante a minha juventude e agora adulto, um dia
serei, estou.
Como que de súbito meus olhos
ficaram encharcados de lagrimas. Me surpreendi com a reação do meu corpo, da
minha alma. Aí, lembrei que faz alguns anos, antes do sumiço voluntário dele, produzi
um show no COPA – Clube Operário de Paulo Afonso de Belchior. O Paulo Thear,
empresário de Salvador me telefonou e perguntou se eu tinha interesse em fazer
o evento. Não pensei duas vezes e respondi que “sim”. Era o momento de fazer a
festa e ouvir um dos maiores poetas do Brasil.
Com bom público. Pudemos ouvir
seus clássicos como, “medo de avião, paralelas, a palo seco, alucinação e apenas
um rapaz latino-americano”. Que traz em seus versos “Eu sou apenas um rapaz, Latino-Americano.
Sem dinheiro no banco. Sem parentes importantes, E vindo do interior...”.
Tantas foram as vezes que reproduzi parte da letra “Mas se depois de cantar, você
ainda quiser me atirar, mate-me logo! À tarde, às três, que à noite, tenho um
compromisso, e não posso faltar, por causa de vocês...”, que me sentia o
personagem narrado nela. Ao terminar o show, fomos jantar. E ele na maior
simplicidade, sentou no calçadão da Getúlio Vargas em Paulo Afonso. Várias
pessoas que passavam, pediram para tirar fotos e todas foram atendidas. Em um
dado momento ele pegou um charuto e degustou como se lhe fosse mais saborosa
que a comida servida. Foi uma noite incrível.
Belchior parte deixando
saudades e a frustação de não ter visto um registro seu em DVD com grande produção.
Que se registre que ele se junta a Gonzaguiha, Tim Maia, e Chico Science para
fazerem um som de qualidade no céu.
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