A primeira vez em que eu e a
torcida do Flamengo vimos o juiz Sergio Moro sorrir foi na conversa animada com
Aécio Neves no evento de premiação dos melhores do ano passado.
A segunda foi ontem, ao
cumprimentar Temer na cerimônia de entrega de medalhas de Honra ao Mérito Militar.
Moro estendeu a mão e sorriu
para um presidente da República que é acusado por ex-diretores da Odebrecht de
ter comandado a negociação de 40 milhões de dólares em propina para o PMDB.
E que só não está sendo
investigado devido a um artigo da constituição e não por ser um homem de
reputação ilibada.
Moro estendeu a mão e sorriu
para um presidente da República que acobertou publicamente o ex-deputado
Eduardo Cunha já condenado, inicialmente, a 15 anos de prisão e segue atendendo
seus pedidos de nomeações de aliados.
Moro estendeu a mão e sorriu
para um presidente que criou um ministério para acobertar seu amigo Moreira
Franco, também delatado pela Odebrecht.
Moro estendeu a mão e sorriu
para um presidente cujo principal ministro, Eliseu Padilha é acusado, também
por ex-diretores da Odebrecht de ser o principal intermediário entre a
empreiteira e o partido nas negociações de propina.
Moro estendeu a mão e sorriu
para um presidente cujo governo tem oito ministros sob investigação por
corrupção.
Os gestos falam por si. Eu
nunca vi o juiz Sergio Moro sorrir e estender a mão a Dilma ou a Lula.
Para eles, Moro reserva a
carranca, talvez para intimidá-los.
Matéria publicada aqui.
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