O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, manteve posição firme contra a proposta. Todos os senadores da legenda votaram contra, denunciando a manobra como tentativa de apagar crimes contra a democracia. Fabiano Contarato (PT-ES) chegou a registrar em ata que a aprovação representava “um tapa na cara da sociedade brasileira”, reforçando que não há pacificação possível sem justiça. A bancada petista foi a única a votar de forma unânime contra o projeto, mostrando coesão e alinhamento com o discurso do presidente Lula, que classificou a medida como “anistia light” e reafirmou que não aceitará retrocessos.
A aprovação escandalosa expõe a fragilidade das instituições
diante da pressão de grupos políticos que ainda tentam reescrever a história
recente. Os senadores que votaram pela anistia se colocaram contra o povo e a
democracia, legitimando atos que destruíram prédios públicos, ameaçaram
autoridades e buscaram impedir a posse de um presidente eleito. A vergonha
nacional não está apenas no resultado da votação, mas na forma como se deu, com
negociações obscuras, pressões de bastidores e a tentativa de transformar
criminosos em vítimas.
O Brasil assiste, mais uma vez, ao Congresso se curvar
diante de interesses golpistas. A decisão de reduzir penas de quem atentou
contra a democracia é um retrocesso histórico, que mancha a imagem do Senado e
reforça a necessidade de vigilância popular. Se a anistia foi aprovada, a
resistência também se mostrou viva com o PT e seus aliados votaram contra,
defendendo que não há democracia sem memória e sem punição para quem tentou
destruí-la.

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