Brasil vira campo de guerra contra o feminicídio

O Brasil encerra 2025 com números alarmantes de violência contra mulheres, revelando um recorde histórico que não pode ser ignorado. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, apenas em setembro foram registrados 82.531 novos pedidos de medidas protetivas, o maior índice da série histórica. No mesmo mês, os feminicídios chegaram a 1.142 casos, superando em 256 registros o ano anterior. Esses números escancaram a brutalidade cotidiana, mas também reforçam a urgência da mobilização feminista em defesa da vida.

Em diversas cidades, movimentos como Mulheres Vivas ocuparam ruas e praças, transformando dor em resistência. Em Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo, milhares marcharam contra o feminicídio, denunciando a impunidade e exigindo políticas públicas mais eficazes. A luta feminista, longe de ser apenas denúncia, tem se mostrado força vital para pressionar o Estado e conscientizar a sociedade sobre a gravidade da violência de gênero.

A pesquisa “Visível e Invisível: Vitimização de Meninas e Mulheres” revelou que 38% das brasileiras sofreram algum tipo de violência em 2025, o maior índice desde 2017. Esses dados não são apenas estatísticas, representam vidas interrompidas, famílias devastadas e uma cultura que insiste em naturalizar a agressão. O feminismo, nesse cenário, surge como resposta coletiva, capaz de transformar indignação em ação concreta.

Apesar da tragédia, há sinais de avanço. O aumento de medidas protetivas indica que mais mulheres estão buscando ajuda e que o Judiciário, pressionado por movimentos sociais, tem respondido com maior agilidade. A luta feminista, ao expor a violência, também fortalece redes de apoio e cria espaços de acolhimento, mostrando que a resistência é possível mesmo diante da barbárie.

O recorde de violência em 2025 não é apenas um retrato da crueldade, mas também da coragem das mulheres que se levantam contra ela. O escândalo dos números precisa ser encarado como chamado à ação, cada marcha, cada denúncia, cada voz que se ergue é prova de que o feminismo não recua. O Brasil pode estar em guerra contra o feminicídio, mas as mulheres estão na linha de frente, e não pretendem abandonar essa batalha.

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