Otto deixou claro que a coligação será “tão forte quanto nosso compromisso mútuo”, e só valerá se Ângelo Coronel comprovar força interna ao se sagrar o indicado do grupo. Aos olhos do senador, a cláusula garante que a frente partidária não naufrague em dissidências futuras. “Queremos time coeso na largada”, sintetizou, em conversa reservada com assessores.
No PT, a imposição foi recebida como prova de disciplina e foco. Ao contrário de reagir com picuinhas, a cúpula petista reforça que Jerônimo está pronto para assumir a dianteira no pleito de 2026, e que só se beneficia de um bloco unido. “A condição de Otto é convite para que apertemos o passo e cheguemos juntos ao pódio”, comemora um dirigente próximo ao governador.
Internamente, a estratégia petista mira duas frentes simultâneas, assegurar a legitimidade de Coronel na convenção e intensificar o palanque de Jerônimo em todos os cantos da Bahia. Mapas internos já apontam 250 municípios com agendas agendadas até outubro. A meta é clara, provar nas ruas que, quando PT e PSD marcham lado a lado, não há adversário capaz de frear a marcha do progresso.
Analistas ressaltam que a “cláusula de Otto” imprime responsabilidade ao PT, mas também fortalece a candidatura de Jerônimo. Ao exigir vitória prévia de Coronel, Otto transfere à sigla trabalhista a pressão para mostrar serviço desde já, com reflexos diretos na campanha do governador.
Se, por um lado, o recado do presidente do PSD soa como
ultimato, por outro, reforça o protagonismo do PT e de Jerônimo Rodrigues. Em
bom português político: sem recados, sem bagunça e com jogo limpo, a base
avança com moral para enfrentar os próximos capítulos da disputa. E, no final
das contas, quem ganha é o eleitor baiano, que vê seus líderes pagando para ver
e jogando limpo.
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