A prioridade desse governo não é retomar o crescimento. Não
é criar emprego. Não é reformar a Previdência. Não é pacificar o país. A
prioridade desse governo é destruir a democracia. Somente destruindo a
democracia o governo poderá alcançar os objetivos que almeja. Faz parte dessa
missão destruir a alma brasileira e provocar divisão.
O ideal de Bolsonaro é dar ordens pelo twitter. E se não for
obedecido ele chama as Forças Armadas. Mais um sinal desse objetivo foi o seu
discurso de hoje, em visita a instalações da Marinha no Rio de Janeiro.
No pronunciamento político mais radical desde que assumiu o
posto presidencial, ele declarou que a liberdade e a democracia dependem das
Forças Armadas. Isso é a subversão completa do que diz a constituição. Ela
manda as Forças Armadas ficarem submetidas ao poder civil. Não cabe às Forças
Armadas decidir entre democracia e ditadura.
O que Bolsonaro quis dizer, em síntese, é que se as Forças
Armadas resolverem que a democracia não é mais conveniente (como Getúlio em
1937), acabam com ela numa boa e ele vai lavar as mãos. Bolsonaro jurou
defender a constituição ao tomar posse.
Também afirmou na visita à Marinha que o Brasil só deve se
relacionar com os países com os quis tem identificação ideológica, o que também
afronta a letra da constituição, que prega manter relações políticas e
comerciais com todos os países. O que ele preconiza é que o Brasil se relacione
somente com regimes de extrema-direita, o que nem a ditadura militar de 64
preconizou.
Seu objetivo é implantar uma ditadura mais radical que a
última. Isso significa conduzir o país a uma guerra. A alguma guerra. Está na
pauta um decreto com sanções econômicas à Venezuela. O governo engaja o Brasil
numa crise que só interessa a Trump e com a qual o Brasil só tem a perder.
Mais claro impossível.
Concordo que o papel dele, com as FA, é acabar com a
democracia e que isto é uma tática para a estratégia maior do conjunto do seu
governo que é entregar o país, ou o que restar dele aos EUA, assim como os EUA
encaminham por toda a América Latina e Central.
Por Alex Solnik.
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