O ajudante de carga e descarga José Mendes, 37 anos, recolhe
latinhas há quase 20 anos, em Salvador, para complementar a renda da família.
No carnaval, a atividade é intensificada: “É o período que a gente consegue
ganhar mais dinheiro com o material reciclável”, conta.
Ele atua na festa com o auxílio da ação “EcoFolia Solidária
- O Trabalho Decente Preserva o Meio Ambiente”, do Governo do Estado. O projeto
está beneficiando 1.250 catadores de resíduos sólidos no carnaval
soteropolitano. Os contemplados ganharam camisa, calça, bota, luvas e protetor
auricular e recebem também três refeições diárias e água.
A iniciativa conta com sete centrais de coleta, para
recebimento e comercialização de alumínio, pet e plástico. Os postos estão
localizados na Avenida Sete (estacionamento da Sefaz); Barra (Rua Miguel
Burnier); Ondina (Rua Baependi e Rua Nossa Senhora de Fátima); Politeama (em
frente ao Orixás Center), Gamboa de Cima e Nordeste de Amaralina. “Eu acho o projeto maravilhoso. Dá uniforme,
alimentação e a gente ainda vende as latinhas nas centrais com um preço
melhor”, resume José Mendes.
Financiado pelas secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e
Esporte (Setre) e do Meio Ambiente (Sema) e gerido pela Rede de Cooperativas de
Catadores, nesta edição o EcoFolia Solidária conta com um aporte de R$ 809 mil
da gestão estadual.
Para a assessora especial da Setre, Ângela Guimarães, o
projeto ajuda a minimizar os impactos causados pelo descarte inadequado dos
resíduos gerados pela folia e elimina a ação dos atravessadores. “O carnaval de
Salvador arrasta mais de um milhão de pessoas e tem um impacto ambiental
imenso. Por isso, há 13 anos o Governo da Bahia realiza este projeto que visa
dar dignidade e promover o trabalho decente dos catadores durante esta imensa
festa. Por meio de convênio com as cooperativas, garantimos a estrutura para
operacionalizar o processo de trabalho e promover o comércio justo”, afirma.
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