Quem deve explicações é Bolsonaro


É um tanto constrangedor que parte da imprensa embarque em mais um diversionismo do presidente Jair Bolsonaro. Afinal, quem tinha imenso interesse no silencio eterno de Adriano da Nóbrega? E quem está, desde o início, na luta para que a verdade seja apurada? 

No período eleitoral e durante todo o governo do atual presidente, o Partido dos Trabalhadores tem denunciado e cobrado rigorosa apuração das evidentes relações criminosas entre a família Bolsonaro e o crime organizado do Rio de Janeiro, notadamente a milícia comandada por Adriano da Nóbrega, a maior e mais antiga. 

Através de nossa bancada, cobramos publicamente o destino e a finalidade dos recursos públicos desviados em favor de Adriano, através do esquema de laranjas no gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro, que na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nomeou com altos salários a mãe e a mulher do miliciano, quando este já estava preso por chefiar um grupo de extermínio. Por que os Bolsonaro financiavam ilegalmente a milícia? Ganhavam o que em troca?

O PT acionou até mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente, em novembro de 2019, na tentativa de evitar a destruição de provas da investigação do assassinato de Marielle Franco. A ex-vereadora foi assassinada por Élcio Queiroz, também ex-policial que participa de um mesmo grupo criminoso de Adriano Nóbrega, o “Escritório do Crime”, especializado em assassinatos por encomenda.

Como se vê, Adriano era o elo de esquemas criminosos que envolvem diretamente o presidente e sua família. Seu depoimento era valioso para quem defende a democracia e repugna que o mais importante cargo público do país seja comandado por quem se reporta a verdadeiros estados paralelos, que desafiam os poderes constituídos de nossa República, impõem suas próprias leis e tribunais, ao arrepio da Constituição e dos Direitos Humanos.

Por: Ademário Costa.

Presidente do Diretório Municipal do PT – Salvador (BA).

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