Visita da comitiva ao Médio São Francisco, região com potencial para produção de suínos
Ideia é produzir até 5 milhões de porcos e exportar para
China
O Estado da Bahia vai ganhar um plano agroalimentar para o
desenvolvimento integrado e sustentável da cadeia de suínos. O objetivo é
cuidar de toda segurança alimentar, agregando os produtores de milho, soja e
sorgo, junto com os suinocultores, chegando até o frigorífico de abate. Para
tal, um protocolo de intenções foi assinado entre as secretarias estaduais de
Desenvolvimento Econômico (SDE), da Agricultura (Seagri) e a Fundação
Internacional para Segurança Alimentar e Segurança Onlus (IFFSS), na semana
passada. Na ocasião, uma comitiva do Governo do Estado, representantes do IFFSS
e produtores locais visitaram os municípios de Sítio do Mato, Muquém do São
Francisco e Barra, no Vale do Velho Chico, para conhecer o potencial da região.
Segundo o vice-governador João Leão, secretário da SDE, a
missão italiana chega à Bahia através de um fundo chinês. “O grupo
internacional tem interesse em aportar recursos e fomentar desde a produção dos
grãos até os frigoríficos suínos, através de políticas e soluções ligadas à
segurança alimentar, proteção ambiental, técnicas agroalimentares avançadas e
sistemas de saúde”, afirma.
“A Bahia é zona livre de peste suína clássica e de febre
aftosa. Vamos aproveitar a pujança de grãos no estado, tanto de milho quanto de
soja, principalmente no Oeste baiano, que produz em torno de 92% dos grãos.
Precisamos verticalizar a produção e agregar ainda mais valor aos nossos
produtos. O mercado, principalmente o chinês, está bem faminto do nosso
produto, que já é de qualidade. Temos granjas tecnificadas com índices
zootécnicos de ponta e precisamos expressar isso para o mercado internacional”,
afirma Lucas Costa, secretário da Agricultura.
Expertise italiana
De acordo com o protocolo, o IFFSS, por meio do grupo TWB,
vai fornecer todo o know-how da cadeia de suprimentos, atividades de
treinamento, gerenciamento de sistemas, máquinas, serviços e tudo necessário
para a construção e o controle de toda a cadeia de suprimentos. O objetivo é
suprir o grande déficit na produção de suínos na China, que chega a 300
milhões, com atenção especial ao meio-ambiente, à sustentabilidade e utilizando
os dejetos de suínos para produção de biomassa.
“Temos de 60 a 90 dias [com a assinatura do protocolo] para
iniciar e escolher o modelo de negócio que vamos aderir. Teremos um diálogo
aberto e constante com as associações. O objetivo final é chegar a uma produção
de pelo menos 5 milhões de suínos, por ano, em cinco anos. O projeto tem como
foco principal o desenvolvimento de um território e a mudança de mentalidade do
Estado da Bahia. A ideia é utilizar os grãos, que hoje são exportados, na
alimentação da cadeia da suinocultura, fazendo o PIB, a distribuição de renda e
o bem-estar de toda uma população aumentarem”, afirma o diretor da IFFSS, o
italiano Giuseppe Bartolucci.
“Este projeto traz novas perspectivas de produção para Bahia.
Teremos um mercado enorme para atender. Já temos uma produção de grãos grande e
favorável e produtores com conhecimento na criação de suínos. Estamos felizes e
trabalhando bastante para fazer esse arranjo funcionar”, diz Alber Rezende,
produtor rural da região do Sudoeste baiano e presidente da Associação dos
Suinocultores da Bahia.
Foto: Ascom/SDE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário