Esqueçam Damares e aleatórios como prioridade de agenda,
esses personagens além de insignificantes no processo político servem para
turvar a vista e mudar o foco opositor, devem ser combatidos, porém, dois
pontos deste governo precisam receber nossa prioridade e atenção, a política
econômica de Paulo Guedes e a agenda internacional de Ernesto Araújo. São o
foco de desestabilização do trabalhador, da economia nacional, ferramenta de
desconstrução da nossa rede de proteção social e instrumento de instabilidade
política e econômica em nosso continente, por vezes à serviço de interesses
ocultos e outras por pura incompetência. De frente estes são os pilares que
precisamos atacar, alinhar o discurso e narrativa com ações concretas
parlamentares, partidárias, nas camadas sociais, na agenda interna do campo
diplomático, acadêmico, faculdades, universidades, redes sociais e no diálogo
com o trabalhador brasileiro.
Paulo Guedes vem imprimindo uma agenda econômica agressiva
aliado ao mercado capital e especulativo, refém de investidores e especuladores
utiliza a caneta para atingir objetivos tenebrosos sem olhar o médio, longo
prazo e principalmente o povo brasileiro. A redução dos juros Selic seria um
presente ao país, se, com ele não viessem distorções que impedem fechar a
conta, este é um dos pontos que precisamos estudar e atacar, a política de
redução de juros, o corte nos juros do cheque especial, nada tem auxiliado na
redução da inflação, do desemprego ou para o equilíbrio do cambio, existe
sinais de ocultismo do governo na contabilidade pública, algo não fecha na
cesta de bondades e por isso precisamos entender as causas e efeitos deste
ocaso. Além do óbvio, o reflexo das reformas da previdência e trabalhista, o
impacto desastroso que poderá vir da reforma administrativa e a frágil proposta
de reforma tributária que atingem Estados/Municípios, trabalhadores, micro e
pequenas empresas e a classe média, não toca as grandes fortunas muito menos
equaliza a relação tributária com o mercado capital e de rendimentos com
prioridades de desenvolvimento econômico e social ou distribuição de renda, o
que poderia ser conserto se tornará caos tributário.
Ainda sobre Guedes algo chama mais atenção, a sana pelas
ações do BNDES precisa alertar a todos, pode ser o passe de sua passagem pelo
Governo. A decisão do Estado, gerido por ele e Bolsonaro, decide obrigar ao
BNDES vender suas ações acordadas em contratos de financiamento (contra partida
do Estado para grandes contratos de risco), ações que o BNDES somente lucra e
não traz nenhum prejuízo ao Estado, podem deixar de figurar entre os dividendos
e rendimentos acumulados pelo banco, vendidos certamente neste momento de
desvalorização de mercado interno com evasão de dinheiro estrangeiro da bolsa
de valores. Alguém certamente ganhará fortunas com informações que manipulam
variações da bolsa e do câmbio. De certa forma, Donald Trump está certo, a
desvalorização da moeda brasileira segue algum curso de interesse de mercado, o
que não comungaria neste cenário com a redução da taxa de juros Selic, se não
para algum ganho específico, alertemos.
Por: Fernando Neto.
Ex Secretário de Estado, GDF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário