O relator escolhido, Alessandro Vieira (MDB-SE), também com
histórico na segurança pública, reforça a seriedade do trabalho que será
conduzido. A aliança entre Contarato e Vieira, ambos ex-delegados, dá
credibilidade ao processo e amplia a confiança de que a CPI não será palco
apenas de disputas políticas, mas sim de revelações concretas sobre como o
crime organizado se infiltrou em estruturas de poder. Esse movimento fortalece
o discurso do presidente Lula de que o combate à violência precisa ser feito
com inteligência, investigação e fortalecimento das instituições democráticas.
Entre os primeiros passos, a CPI aprovou convites para ouvir
governadores e ministros, incluindo Ricardo Lewandowski (Justiça) e José Múcio
Monteiro (Defesa), além de gestores estaduais como Cláudio Castro (PL-RJ) e
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). A iniciativa mostra que o governo
federal não teme prestar contas e, ao contrário, se coloca como protagonista no
enfrentamento ao crime. Essa postura contrasta com a resistência de setores da
oposição, que tentaram esvaziar a comissão, mas agora se veem obrigados a
participar de um processo que pode expor alianças incômodas.
O que realmente assusta alguns políticos é que a CPI pode
revelar conexões entre facções e figuras públicas que sempre se apresentaram
como defensores da “lei e da ordem”. Ao garantir a presidência da comissão, o
PT e o governo Lula demonstram que não têm medo de investigar até as últimas
consequências. A expectativa é que, nos próximos meses, a CPI se torne um
espaço de revelações que vão além do crime organizado, atingindo também quem se
beneficiou politicamente desse caos. Para o Planalto, é a chance de mostrar que
o Estado brasileiro, sob a liderança de Lula, está disposto a enfrentar os
verdadeiros inimigos da sociedade, o crime, a corrupção e a hipocrisia
política.

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