A vaga surgiu com a decisão de Barroso de se retirar antes
de completar 75 anos, idade limite prevista pela Constituição. Entre os nomes
cogitados estava o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado,
apoiado por Davi Alcolumbre (União-AP). Lula optou por Jorge Messias, advogado
com trajetória ligada ao PT e ao governo federal, que já atuou com Dilma
Rousseff, Aloizio Mercadante e atualmente exerce a função de advogado-geral da
União.
Jaques Wagner reconheceu que havia expectativa em torno da
indicação de Pacheco, mas reforçou que a Constituição estabelece que a escolha
cabe exclusivamente ao presidente da República.
“Eu estou muito tranquilo. Quando o presidente Bolsonaro
indicou André Mendonça e Cássio Nunes Marques, trabalhei para que a bancada do
PT reconhecesse a prerrogativa presidencial. Espero ter a mesma reciprocidade
agora com Jorge Messias”, afirmou.
O senador disse ainda que seu papel é de pacificador: “A
democracia é feita para o diálogo. O Brasil precisa de paz para prosperar”.
A escolha de Messias gerou desconforto entre aliados de
Pacheco e Alcolumbre, mas Wagner minimizou o impacto, classificando como
“natural” a disputa política. Segundo ele, “há tensão, mas depois a poeira
baixa”, reforçando que governo e oposição devem conviver dentro das regras
democráticas.
Desde a redemocratização, todos os presidentes exerceram a
prerrogativa de indicar ministros ao Supremo. Fernando Henrique Cardoso, Lula,
Michel Temer e Jair Bolsonaro fizeram suas escolhas, que foram submetidas ao
crivo do Senado. A indicação de Jorge Messias segue esse mesmo rito
institucional.
A indicação será analisada pela Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado, presidida por Davi Alcolumbre, onde ocorrerá a
sabatina de Messias. Após aprovação na comissão, o nome será submetido ao
plenário.
Caso seja confirmado, Messias assumirá a vaga deixada por
Barroso, reforçando a composição do STF em um momento de debates intensos sobre
temas políticos e econômicos.

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