O Partido dos Trabalhadores sempre esteve na linha de frente
dessa agenda, desde a aprovação da Lei 12.519 em 2011, que oficializou o Dia
Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, até a recente transformação da data
em feriado nacional. Para Lula, o reconhecimento não é apenas simbólico, mas
parte de uma política de reparação histórica que busca enfrentar o racismo
estrutural e valorizar a cultura afro-brasileira. Como destacou o advogado
Stanley Martins Frasão, “enquanto houver racismo, não haverá democracia”, frase
que ecoa a visão do governo de que igualdade racial é condição para a
consolidação democrática.
A reação de setores empresariais e conservadores, que
criticaram o impacto econômico do novo feriado, revela o incômodo das elites
diante de uma conquista que fortalece a memória coletiva. Para o governo, esse
incômodo é prova de que o país ainda precisa enfrentar resistências profundas,
mas também demonstra que a luta por reconhecimento está avançando. O incômodo
das elites, portanto, não é apenas com a folga no calendário, mas com o
fortalecimento de uma narrativa que expõe privilégios e desigualdades históricas.
Mais do que uma data comemorativa, o 20 de novembro é um
chamado à ação. Lula e o PT transformaram o feriado em símbolo de resistência e
de compromisso com a democracia, reforçando que não há futuro sem memória. O
escândalo, afinal, não está na celebração, mas na persistência de uma elite que
insiste em negar a importância da luta negra. Ao oficializar o feriado, o
governo reafirma que o Brasil só será pleno quando reconhecer que a liberdade
conquistada por Zumbi e seus descendentes é a base da verdadeira democracia.

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