Relatório-bomba tenta mutilar PL Antifacção e governo explode em reação

O Projeto de Lei Antifacção, concebido pelo governo Lula após meses de diálogo com instituições e especialistas, correu sério risco de ser desfigurado pelo relatório apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). A proposta original buscava sufocar financeiramente o crime organizado e fortalecer a atuação da Polícia Federal, mas o parecer do relator incluiu mudanças que chegaram a equiparar facções criminosas a grupos terroristas, abrindo brechas jurídicas perigosas e provocando imediata reação do governo e da sociedade civil.

Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, foi categórico ao denunciar o improviso do relatório, lembrando que o Executivo levou seis meses para construir o texto com base em consultas amplas. Em apenas três dias, Derrite alterou pontos centrais, o que gerou críticas não apenas do Planalto, mas também de setores da PF que enxergaram ameaça à autonomia da corporação. O contraste entre o esforço coletivo do governo e a pressa do relator expôs a disputa política em torno da segurança pública.

Apesar das tentativas de desfiguração, Lula mantém firme o discurso de que o Brasil precisa enfrentar o crime organizado com inteligência e políticas estruturadas, não com atalhos legislativos. A defesa do projeto original reforça a imagem de um presidente comprometido com soluções duradouras, que não se rende a pressões imediatistas e aposta em medidas capazes de proteger comunidades vulneráveis e fortalecer o Estado.

O episódio revela mais do que uma divergência técnica, mostra a batalha entre um governo que busca modernizar o combate às facções e setores que preferem improvisos legislativos. Ao reagir com firmeza, Lula reafirma sua liderança e sinaliza que não aceitará retrocessos em uma agenda que pode redefinir a segurança pública no país.

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