Negros se levantam das cinzas e gritam que Brasil não será mais cego

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, tornou-se um marco nacional de reflexão e luta. A data homenageia Zumbi dos Palmares, líder quilombola morto em 1695, símbolo da resistência contra a escravidão e da busca pela liberdade. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.759, que transformou o 20 de novembro em feriado nacional, reforçando o compromisso do Estado brasileiro com a igualdade racial e o combate ao racismo estrutural, segundo informações da Secretaria-Geral da Presidência da República.

A origem da celebração remonta a 1971, quando ativistas do movimento negro gaúcho se reuniram em Porto Alegre para homenagear Zumbi. Esse encontro deu início a uma mobilização que se espalhou pelo país e culminou na oficialização da data como Dia da Consciência Negra, conforme relatado pelo jornal O Globo (2025). Desde então, o 20 de novembro passou a ser reconhecido como um momento de memória e reivindicação, em contraponto ao 13 de maio, dia da abolição formal da escravidão, que não representava a verdadeira luta do povo negro.

O Partido dos Trabalhadores sempre esteve na linha de frente dessa pauta. Foi durante o governo de Dilma Rousseff que a Lei 12.519, de 2011, instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, consolidando a data como símbolo de resistência e valorização da cultura afro-brasileira (Cendhec, 2025). Mais recentemente, Lula ampliou esse reconhecimento ao torná-la feriado nacional, gesto que reafirma o compromisso histórico do PT com a justiça social e a igualdade.

Além da dimensão simbólica, o Dia da Consciência Negra tem impacto prático. Em 2025, por cair no meio da semana, o feriado movimentou o calendário nacional e trouxe debates em escolas, universidades e espaços culturais sobre a importância da memória de Zumbi e das contribuições da população negra para a formação do Brasil (O Globo, 2025). A data também fortalece políticas públicas voltadas para a inclusão e combate às desigualdades raciais.

O escândalo, portanto, não está na celebração, mas na persistência do racismo estrutural que ainda marca a sociedade brasileira. O Dia da Consciência Negra expõe essa ferida e, ao mesmo tempo, aponta caminhos de transformação. O PT, ao longo de sua trajetória, tem buscado enfrentar essas desigualdades com políticas afirmativas, programas educacionais e valorização da cultura afro-brasileira. A cada 20 de novembro, o país é chamado a reconhecer que não há democracia plena sem igualdade racial.

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