Brasil em choque com a partida de Lô Borges

O Brasil amanheceu ontem, (04), órfão de um de seus maiores criadores musicais. Lô Borges, morto aos 73 anos em Belo Horizonte no último domingo, deixou uma obra que atravessou gerações e moldou a identidade da música popular brasileira. O compositor, integrante fundamental do Clube da Esquina, foi responsável por clássicos como “Trem Azul” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, canções que se tornaram parte da memória afetiva de milhões de brasileiros e que continuam a ecoar como hinos de liberdade e poesia. Segundo boletim do Hospital Unimed, a causa da morte foi falência múltipla de órgãos após complicações de saúde que o mantiveram internado desde outubro.

A notícia provocou uma onda de homenagens imediatas. Milton Nascimento, parceiro de vida e de palco, declarou que a ausência de Lô deixa um vazio impossível de preencher, lembrando que a parceria entre eles ajudou a reinventar a música brasileira nos anos 1970 (G1, 03/11/2025). Nas redes sociais, fãs transformaram versos de suas canções em despedidas coletivas, mostrando que sua obra não pertence apenas ao passado, mas continua viva em playlists, rodas de violão e na memória cultural do país. O presidente Lula e o Ministério da Cultura também se manifestaram, destacando a importância do artista para a identidade nacional.

Mais do que um músico, Lô Borges foi um símbolo de resistência estética. Em um cenário dominado por fórmulas fáceis, ele ousou criar melodias complexas e letras que falavam de amor, amizade e esperança, sem jamais perder a simplicidade que o aproximava do público. Sua trajetória de mais de cinco décadas, com mais de 20 álbuns lançados, mostra um artista que nunca se acomodou, sempre disposto a experimentar e a dialogar com novas gerações. Essa inquietação criativa é o que garante que sua obra continue a inspirar músicos e ouvintes no Brasil e fora dele.

A despedida de Lô Borges não é apenas a perda de um artista, mas o fim de uma era em que a música era capaz de unir poesia, política e emoção em um mesmo acorde. Sua morte, confirmada em 2 de novembro de 2025, marca um ponto de virada para a cultura brasileira, que agora precisa aprender a viver sem sua presença física, mas com a certeza de que sua voz e seu violão permanecerão eternos. O Trem Azul partiu, mas deixou nos trilhos uma herança que nenhum tempo será capaz de apagar.

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