TCU abre a caixa-preta e Lula promete virar o jogo

O Tribunal de Contas da União apresentou nesta semana, em relatório oficial, um diagnóstico sobre nove políticas públicas que juntas movimentaram mais de 370 bilhões de reais em 2025, incluindo Bolsa Família, Mais Médicos e Previdência Rural. O documento, divulgado na Comissão Mista de Orçamento da Câmara, apontou falhas de execução e problemas de gestão, mas também reconheceu avanços na transparência e na capacidade de monitoramento dos programas. A revelação escandalosa dos números trouxe impacto imediato no debate político nacional, colocando o governo Lula diante de um desafio que ele próprio já havia antecipado, o de transformar a fiscalização em oportunidade de correção e fortalecimento das políticas sociais.

O presidente reagiu com firmeza ao relatório, destacando que a identificação de falhas não deve ser vista como derrota, mas como instrumento para aprimorar o Estado. Lula reforçou que o Bolsa Família segue como prioridade absoluta e que cada ajuste apontado pelo TCU será tratado com seriedade, garantindo que os recursos cheguem às famílias que mais precisam. Essa postura foi interpretada por aliados como sinal de maturidade política, já que o governo não se escondeu diante das críticas, mas assumiu o compromisso de corrigir rotas e ampliar resultados. A narrativa de enfrentamento direto fortalece a imagem de Lula como líder que não teme a transparência e que aposta na fiscalização como aliada.

Especialistas em políticas públicas lembram que relatórios como o RePP 2025 não têm caráter punitivo, mas servem como bússola para gestores. Nesse sentido, o governo federal ganha a chance de mostrar que está disposto a ouvir, ajustar e entregar mais eficiência. A estratégia de Lula é transformar o escândalo em vitrine, mostrando que o Brasil pode avançar quando a crítica é usada como combustível para inovação. O discurso presidencial, ao valorizar o papel do TCU, reforça a ideia de que o controle externo é parte essencial da democracia e não inimigo do Executivo.

O episódio, que poderia ser explorado pela oposição como munição política, acabou se convertendo em palco para Lula reafirmar sua liderança. Ao assumir publicamente que o governo precisa corrigir falhas, o presidente se distancia da velha prática de negar problemas e se aproxima da expectativa popular por soluções concretas. O escândalo dos bilhões expostos pelo TCU, em vez de fragilizar, abre espaço para que o governo mostre resultados mais sólidos nos próximos meses, transformando crítica em credibilidade e reforçando a narrativa de que a fiscalização é, na verdade, um motor de mudança positiva.

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