A decisão, que atendeu diretamente às preocupações da
presidente estadual do PSB, Lídice da Mata, encerrou semanas de especulações
sobre uma possível “guerra de foice” dentro da legenda, caso Negromonte Jr.
fosse aceito. Ao mesmo tempo, reforçou a leitura de que Jerônimo Rodrigues tem
conseguido manter diálogo e equilíbrio entre partidos aliados, evitando que
tensões internas se transformem em crises públicas. Em um cenário nacional
marcado por rupturas e disputas internas, a Bahia segue demonstrando que governabilidade
também se constrói com freios bem aplicados.
O episódio ainda expõe um ponto relevante que era a
tentativa de Mário Jr. de buscar abrigo em um partido da base governista após a
consolidação da federação PP-União Brasil, movimento que poderia reposicioná-lo
estrategicamente para 2026. O PSB, porém, optou por preservar sua estrutura e
evitar riscos eleitorais, enquanto o governo estadual manteve distância
prudente, sem interferir, mas observando atentamente para que a decisão não
comprometesse a harmonia da base. Essa postura reforça a imagem de Jerônimo
como um articulador que prefere estabilidade a aventuras políticas.
Com o veto sacramentado, o PSB abriu espaço para a filiação
de Vítor Bonfim, deputado estadual que deixará o PV para disputar vaga na
Câmara Federal. A movimentação, alinhada com a estratégia de fortalecimento da
chapa governista, mostra que o partido escolheu apostar em nomes que dialogam
com o projeto político já consolidado na Bahia. No fim das contas, o episódio
deixa claro que, enquanto alguns tentam entrar pela janela, a base de Jerônimo
Rodrigues segue escolhendo cuidadosamente quem merece ter a chave da porta.

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