O escândalo das filhas de fardados que sangram o tesouro nacional para manter privilégios

O Brasil ainda carrega uma herança vergonhosa, as pensões vitalícias concedidas às filhas solteiras de militares. Embora a lei que garantia esse benefício tenha sido extinta em 2001, milhares de mulheres continuam recebendo mensalmente valores que drenam bilhões dos cofres públicos, simplesmente porque seus pais já estavam enquadrados no sistema antes da mudança. O governo federal estima que só em 2024 esse gasto ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões, um rombo que persiste sem justificativa social plausível.

O mecanismo é perverso porque cria uma distorção absurda: muitas dessas beneficiárias evitam o casamento formal apenas para não perder a pensão. Trata-se de um arranjo que perpetua privilégios e reforça desigualdades, já que não há exigência de vulnerabilidade econômica ou incapacidade física para manter o benefício. Em pleno 2025, enquanto milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos, essas mulheres vivem confortavelmente às custas de um dinheiro público que deveria estar destinado a saúde, educação e segurança.

A crítica não se limita ao comportamento individual, mas ao sistema que permitiu que tal aberração se consolidasse. Criado em meados do século passado, o modelo foi pensado para proteger famílias em tempos de guerra, mas se transformou em um esquema de perpetuação de privilégios. Hoje, a maioria das beneficiárias sequer tem relação com a realidade de ex-combatentes ou dependência financeira, mas insiste em manter o status de “solteira” como estratégia para continuar sugando recursos da União.

O resultado é um escândalo que expõe a face mais cruel da máquina pública: a incapacidade de cortar privilégios históricos mesmo diante da pressão social. Enquanto o trabalhador comum paga impostos pesados e vê serviços públicos em colapso, uma parcela de mulheres se agarra a um benefício anacrônico, sustentado por um sistema que insiste em proteger castas militares. É um retrato de injustiça que deveria envergonhar qualquer nação que se pretenda moderna e democrática.

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