100 dias de silêncio, justiça grita mais alto que o “mito”

O ex-presidente Jair Bolsonaro completou nesta semana cem dias em prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, igual qualquer bandido comum, e proibido de usar redes sociais ou receber visitas sem autorização judicial, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A medida foi determinada após o descumprimento de cautelares no processo que apura sua participação na trama golpista de 2022, e simboliza um marco histórico, pela primeira vez, um ex-chefe presidente brasileiro enfrenta restrições tão severas impostas pela Justiça em defesa da democracia.

Durante esse período, Bolsonaro deixou sua residência apenas para exames médicos, enquanto aliados tentaram pressionar instituições nacionais e estrangeiras para reverter a condenação de 27 anos e seis meses de prisão. As tentativas fracassaram diante da firmeza do STF, que rejeitou recursos e manteve a sentença, reforçando a independência do Judiciário e a mensagem de que ninguém está acima da lei. O silêncio imposto ao ex-presidente, outrora figura central no debate público, tornou-se símbolo da força das instituições contra a ameaça autoritária.

O impacto político é evidente. Sem a presença ativa de Bolsonaro, a oposição perdeu seu principal articulador, e o bolsonarismo se fragmenta em disputas internas. Enquanto isso, a sociedade assiste ao fortalecimento da Justiça como guardiã da ordem constitucional, num momento em que a credibilidade das instituições é vital para o futuro do país. A prisão domiciliar, longe de ser apenas uma medida cautelar, tornou-se um recado claro de que o Brasil não tolerará aventuras golpistas.

A marca dos cem dias revela mais que o isolamento de um criminoso, expõe a vitória da democracia sobre a tentativa de ruptura institucional. O silêncio de Bolsonaro, antes ensurdecedor nas redes, agora ecoa como prova de que a Justiça brasileira não se curva a pressões políticas. É um capítulo que reforça a confiança de milhões de cidadãos na capacidade do Estado de proteger o país contra ameaças internas, e que projeta para o mundo a imagem de um Brasil disposto a defender sua Constituição até as últimas consequências.

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