O caso recente do Banco Master, alvo de questionamentos
sobre sua gestão e operações, reacendeu o debate. Não houve confirmação oficial
de roubo, mas a simples possibilidade de intervenção já coloca o FGC como
protagonista. Isso significa que, se houver problemas graves, os correntistas
serão ressarcidos e o rombo será diluído entre todos os brasileiros que usam
serviços bancários. A lógica é cruel: quem não tem nada a ver com a má gestão
acaba pagando a conta.
O escândalo maior está na complacência política.
Parlamentares que deveriam discutir limites e transparência do FGC permanecem
em silêncio. Deputados ligados ao setor financeiro, como integrantes da
Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, evitam enfrentar o tema. O lobby
bancário é poderoso e garante que qualquer tentativa de revisão do modelo seja
enterrada antes de chegar ao plenário. Essa omissão transforma o Congresso em
cúmplice de um sistema que privilegia bancos e penaliza cidadãos.
Enquanto isso, a população continua refém de tarifas
abusivas e juros escorchantes, sem perceber que parte desse dinheiro serve para
alimentar um fundo que protege instituições privadas. O resultado é um retrato
escandaloso, o brasileiro comum paga duas vezes, primeiro como cliente e depois
como contribuinte indireto de um mecanismo que deveria ser exceção, mas virou
regra.
Em outubro de 2024, foi lançada na Câmara dos Deputados a
Frente Parlamentar Mista dos Correspondentes Bancários, presidida por Luiz
Fernando Faria (PSD-MG). O grupo reúne parlamentares de diferentes partidos com
o objetivo de fortalecer o setor e defender os interesses das empresas que
atuam como correspondentes bancários, prestando serviços em nome dos bancos. A
iniciativa contou com apoio de diversos deputados e senadores, além da presença
de representantes da Associação Nacional das Empresas Correspondentes Bancárias
(ANEC), como Mônica Costa, e dirigentes de empresas ligadas ao setor.

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