Ramagem, Eduardo e Allan viram mascotes da impunidade made in USA

Enquanto o Brasil tenta reconstruir sua democracia após os escombros deixados por uma tentativa de golpe, três personagens centrais desse enredo sombrio decidiram cruzar fronteiras e buscar abrigo onde a justiça brasileira não alcança, os Estados Unidos. Alexandre Ramagem, condenado por envolvimento direto na trama golpista, declarou estar “seguro” em solo americano e ainda afirmou ter “anuência” do governo local para permanecer no país. Eduardo Bolsonaro, réu por coação no curso do processo, também circula livremente em território norte-americano, enquanto Allan dos Santos, condenado por disseminação de fake news e ataques à democracia, faz apelos públicos ao presidente Donald Trump para interferir nos rumos da justiça brasileira.

A fuga coordenada desses três nomes não é apenas um gesto de desespero político, mas uma afronta direta à soberania nacional. A presença deles nos Estados Unidos, sem qualquer sinal de extradição ou cooperação judicial, levanta suspeitas sobre o papel do governo americano em proteger figuras que atentaram contra o Estado de Direito no Brasil. Ramagem chegou a afirmar que ouviu de autoridades americanas que era “bom ter um amigo seguro por lá”, frase que escancara o tratamento privilegiado dado a quem deveria estar cumprindo pena por crimes contra a democracia.

O silêncio diplomático diante dessas evasões é ensurdecedor. Enquanto o Supremo Tribunal Federal endurece o cerco contra os golpistas, os Estados Unidos se tornam um refúgio confortável para quem deveria responder por seus atos. A falta de reciprocidade jurídica entre os países transforma o território americano em uma espécie de zona franca da impunidade, onde fugitivos políticos brasileiros se reinventam como vítimas e ainda tentam influenciar decisões internas do Brasil por meio de lobby internacional.

A permanência desses personagens nos EUA não é apenas um problema jurídico, é um sintoma de uma doença maior, a conivência internacional com a desinformação e o autoritarismo. Ao abrigar figuras condenadas e investigadas por atentarem contra a democracia, os Estados Unidos não apenas ignoram tratados de cooperação, como também se colocam como cúmplices indiretos de um projeto golpista que ainda respira. O Brasil precisa reagir com firmeza, exigindo que a justiça ultrapasse fronteiras e que nenhum fugitivo se esconda atrás da cortina da diplomacia seletiva.

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