O Deputado e líder do Partido
dos Trabalhadores, Paulo Pimenta, nos últimos dias se tornou a imagem de um possível
pedido de Impeachment de Jair Bolsonaro. Isto porque ele teria declarado que
não dá mais para “tapar o sol com a peneira”. Uma clara referência aos
problemas que são causados todas as vezes que o presidente faz alguma
declaração pública.
“A possibilidade do impeachment
é mais amplo e não pode ser desconsiderado. Porque se ele segue em um estado
policial, que é a antessala de um estado de exceção, nós vamos assistir isso
até quando?”, pergunta o deputado. Ele acredita que não há, hoje no Congresso,
um clima para um pedido ser apresentado, mas que o debate deve acontecer e ser
colocado para debate na sociedade.
Perguntado se há clima para
uma mobilização da população em uma campanha de Impedimento de Bolsonaro, o
deputado disse, “quando eu falei que o presidente precisa ser impedido, eu
falei até de uma forma mais ampla que propriamente só o Impeachment”. Isto porque,
ainda segundo Pimenta, “não é possível que nós possamos naturalizar e aceitar tudo
o que o Bolsonaro faz, como se fosse o jeito dele. O jeito dele de fazer apologia
da tortura, o jeito dele de atacar as comunidades indígenas, e não é”.
Pimenta ainda lembrou que a
última eleição para presidente foi fraudada. Essa afirmação se dá a fatos como
uso do whatsapp para a distribuição em massa de falsas notícias contra o PT, e
agora, com as publicações que estão sendo feitas pelo Site The Intercept, que
mostra como a justiça foi usada para perseguir, incriminar e interferir no
resultado final do pleito eleitoral.
“Eu na época, inclusive, resisti
a ideia de reconhecer com tanta naturalidade o resultado de uma eleição que nós
sabíamos que tinha sido fruto de um esquema poderoso e criminoso de utilização
ilegal das redes sociais. Tanto do ponto de vista do financiamento com páginas
hospedadas fora do Brasil para burlar a legislação eleitoral como pelo conteúdo
das fakes news que foram corrosivos, especialmente contra a figura do (Fernando)
Haddad na reta final da campanha. Mas as revelações do Intercept mostram uma
atuação política do (Sérgio) Moro e do (Dentan) Dallagnou no processo eleitoral”,
afirma Pimenta.
Bolsonaro, Guedes, Moro e
Mourão, são, “representantes de uma eleição ilegítima, que deve inclusive ser
questionada”, afirmou Pimenta. Para ele, essa é a forma de deixar claro o não
reconhecimento e não se pode aceitar essas loucuras de Bolsonaro como algo
comum no país.
Bolsonaro tem um papel
institucional para dentro e para fora do país e na medida que comete crimes
diários, precisa ser responsabilizado pelos mesmos. O que acontece hoje é que o,
“supremo tribunal federal está de uma maneira absolutamente constrangida em
silêncio”.
Na medida que o presidente aumenta
o tom, que em uma semana atacou o Jornalista Glee Gleenwald, atacando com isto a
liberdade de expressão, foi a manifestação de que a líder indígena, Emyra
Waiãpi, não teria sido assassinada no Amapá, a subordinação total aos Estados
Unidos ao proibir o reabastecimento de navios do Irã a pedido do presidente
Americano, Donald Trump, a de que, “se tiver, filé mignon, darei primeiro aos
meus filhos”, ataques sucessivos ao presidente da OBA, Felipe Santa Cruz, ao
dizer que se ele, filho, quisesse saber como seu pai teria morrido nos porões do
exército, Bolsonaro diria como foi, além da ocupação do Sindicato e desprezo a
democracia. “Quem não percebe que isto é um crescente, não entende a gravidade
e a delicadeza do momento em que vivemos”. Para Pimenta, estas agressões estão
levando setores do campo democrático, mesmo aqueles que não militam no campo da
esquerda já falam que “esse cara tem que ser interditado”.
E esse estimula a violência
tem que ser combatido. “Ele tem que ser responsável, ele estimula a violência,
o ódio, a intolerância”, e é essa conduta que faz com que pessoas que se identificam
com estas práticas saiam atacando, promovendo a violência contra outras, disse o
deputado.
Pimenta lembrou do dia 31 de
março deste ano quando Bolsonaro anunciou que os quarteis deveriam comemorar do
golpe de 64. Neste caso, o STF só reagiu após ser vítimas pedirem a proibição. Mesmo
assim, quarteis fizeram manifestações para preservar, “legado em defesa da
democracia”. O que é rechaçado pela história dos crimes cometidos durante a
ditadura militar no Brasil.
Este silêncio, não se dá
somente no meu jurídico. Mesmo Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
sendo filho de um exilado político, e que também por isto, nasceu no Chile,
além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, os dois permaneceram calados
diante da agressão.
Agora, sendo também eles
atacados, talvez tenham uma reação condizente com os cargos que ocupam.
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