Tá na internet: A educação para a guerra (Por Rudá Ricci)


Virgínia Woolf se pergunta, num conto publicado em 1922: "por que os homens vão à guerra?". 

Este aspecto sempre chamou minha atenção. Dado que há muito nós, humanos, não somos mais liderados pelos mais fortes, mas pelos mais hábeis, o que levaria à se manter esta educação masculina focada na virilidade violenta? Por que estimulamos que crianças disputam e briguem entre si? Qual o motivo para adolescentes do sexo masculino se humilharem em desafios grosseiros?


Em termos políticos, por que piadas escatológicas povoam o repertório masculino? Por que sexo e dominação se misturam com tanta facilidade nos ritos masculinos?

Na "História da Virilidade" encontramos como título do terceiro volume a provocativa pergunta "A virilidade em crise? Séculos XX-XXI". O livro trata justamente da família autoritária e da aprendizagem da potência viril. Trata da carapaça fechada do "soldado macho", que teme o próprio desmoronamento psíquico. O exercício físico e a disciplina formariam uma armadura muscular. O que nos remete a uma ameaça externa, iminente ou constante. Seria isso? A formação para guerra em função do risco constante?

Claudine Haroche afirma que o fascismo é um assunto de Estado, mas também um assunto de família. 

Acredito que este seja um dos temas mais instigantes para compreendermos figuras caricatas como as que surgem nesses dias brasileiros de bolsonarismo e extremismos de direita. 

Por: Rudá Ricci.

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