O juiz Sérgio Fernando Moro descreveu em seu artigo
intitulado Mani Pulite, publicado em 2004 na Revista CEJ – Justiça Federal
N°26, a sua decisão de violar a lei para combater a corrupção, em uma interpretação
de que “os fins justificam os meios”. A “corrupção” foi enfrentada pela
Operação Lava Jato, comandada por Sérgio Moro, juiz de primeira instância que
contou com a conivência e mesmo a cooperação de membros dos Tribunais
Superiores e da grande imprensa, para uma condução processual altamente
heterodoxa e ilegal.
A divulgação quotidiana e seletiva de ações da Lava Jato
através da imprensa, em especial da televisão, foi essencial para criar a
convicção de que a Lava Jato teria “revelado” que o partido que teria promovido
e se beneficiado da corrupção no sistema político teria sido o PT, conduzido
por Luiz Inácio Lula da Silva. Formou-se um amplo movimento antipetista e
anti-Lula, e tornou-se, assim, um objetivo não só político, mas ético e moral, para
combater a corrupção, apresentada como o principal mal da sociedade brasileira,
impedir por todos os meios que o ex-presidente Lula pudesse se candidatar e,
iludindo o povo ingênuo, ser eleito e reimplantar os mecanismos de corrupção.
Assim, foi Lula condenado, sem provas, em primeira instância
por Sérgio Moro e em segunda instância por uma turma de três desembargadores do
TRF-4 (não pelo Tribunal pleno), desembargadores que gozam de grande
familiaridade e amizade com Sérgio Moro, que condenaram Lula à prisão em regime
fechado, para não poder exercer qualquer atividade política, e assim não poder
nem competir nem influir nas eleições de 2018. A decisão arbitrária do TRF-4
correspondeu à cassação dos direitos políticos de Lula e do povo brasileiro que
não pôde votar em Lula, o candidato à frente em todas as pesquisas de opinião.
A nomeação do juiz Sérgio Moro como ministro da Justiça por
Jair Bolsonaro e a declaração de Bolsonaro de que devia muito de sua eleição a
Moro indicam o alto grau de ilegalidade do comportamento de Sérgio Moro e de
Jair Bolsonaro e sua ação política.
Por Luis Celso.
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