Tá na internet: PROCESSO DE ASNIFICACÃO


Um importante objetivo estratégico americano é enfraquecer politica e economicamente os Estados da região.

Os instrumentos são estimular direta ou indiretamente (pela mídia) a redução do poder regulatório em defesa dos consumidores, da população em geral e dos trabalhadores, dos organismos do Estado, em especial aqueles que limitam ou disciplinam a ação das megacorporações multinacionais, entre as quais prevalecem as americanas.

Outro instrumento para alcançar este objetivo é a campanha contra o Estado central como ineficiente e mais corrupto e autoritário, e a defesa da descentralização regulatória e de auto regulação dos setores pelas próprias empresas privadas.

Um objetivo americano importante é enfraquecer o único organismo do Estado (brasileiro) que enfrenta, todos os dias, os interesses dos demais Estados nacionais, em especial os interesses dos Estados Unidos, de seus adversários, Rússia e China, e das chamadas Grandes Potências, como Inglaterra, França, Alemanha e Japão, nas negociações para aprovar normas internacionais que atendam seus interesses (e lucros).

Os instrumentos para atingir este fim são denunciar a ineficiência; o corporativismo; o exclusivismo; o “globalismo”; a partidarização; a visão ideológica “esquerdista” da Chancelaria.

Outro objetivo estratégico dos Estados Unidos da América, e talvez o principal objetivo, é impedir a eleição de líderes políticos em cada Estado que manifestem restrições a seus objetivos estratégicos e promover a eleição de líderes que a eles sejam favoráveis.

E aí entra o papel da Operação Lava Jato na defesa direta ou indireta dos interesses americanos.

A partir da eleição, em 2003, do Presidente Lula a política interna e externa brasileira, se contrapôs, ainda que não de forma sistemática, desafiadora ou revolucionária, a alguns dos objetivos estratégicos americanos:

— ao não apoiar a invasão do Iraque de 2003;
— ao estabelecer o entendimento político e econômico estreito com a Argentina;
— ao promover a coordenação com a Argentina, a Venezuela, o Uruguai, o Equador, a Bolívia e o Paraguai para a formação da UNASUL, em substituição à OEA;
— ao resistir à ALCA e ao fortalecer o Mercosul;
— ao fortalecer os instrumentos financeiros do Estado, como o BNDES, e ao utilizá-los na politica externa;
— ao fortalecer o programa nuclear;
— ao exercer operações de aproximação autônoma com os países africanos e árabes;
— ao promover a criação do BRICS, com a China e a Rússia;
— ao fortalecer a Petrobrás e ao estabelecer o regime de parceria para exploração do pré-sal;
— ao estabelecer a política de “conteúdo nacional” na indústria;
— ao promover a indústria de defesa brasileira;
— ao defender a regulamentação da mídia;
— ao negociar, com a Turquia, um acordo nuclear com o Irã;
— ao exercer o equilíbrio em suas relações com Israel e Palestina.

A partir dessa nova situação nas relações Brasil – Estados Unidos e da crescente popularidade do Presidente Lula, que terminaria em 2010 seu mandato com 87% de aprovação, a estratégia americana foi:

— mobilizar os meios de comunicação de massa no Brasil contra as políticas do Governo, e condenar sua ação através do Instituto Millenium, fundado em 2005, para dar amplo apoio à Operação Mensalão, que não conseguiu atingir o Presidente Lula, mas que veio a atingir José Dirceu, chefe da Casa Civil, e provável sucessor de Lula;
— a partir do acordo de cooperação judiciária Brasil-Estados Unidos, iniciar a Operação Lava Jato que viria a facilitar o alcance dos objetivos estratégicos americanos em especial 2, 8, 9 e 10, listados no parágrafo 11 acima;
— iniciar o processo político de preparação do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff;
— financiar direta e indiretamente a formação dos grupos MBL e Vem pra Rua.

O principal objetivo da Operação Lava Jato não era a luta contra a corrupção, mas sim impedir a eleição do Presidente Lula em 2018. Sua ação partia das seguintes premissas:

— a grande maioria da população, devido a sua precária situação econômica e cultural, está sujeita a ser manipulada por indivíduos populistas, socialistas, comunistas etc. que fazem aos eleitores promessas irrealizáveis para conquistar e explorar o poder;
— a sociedade brasileira é intrinsecamente corrupta;
— todos os políticos e partidos são corruptos;
— os governos se sustentam através da corrupção e da compra de votos;
— a violação de direitos constitucionais e legais por membros do Judiciário e do Ministério Público se justifica para combater a corrupção.

Um comentário:

Unknown disse...

A farsa a jato só deu certo no Brasil, porque somos um povo despolitizado e que pensa sempre na "teoria da conspiração" quando alguém alerta que estamos sendo alvos da cobiça do capital internacional. A lava jato foi criada e abastecida com informações, a partir dos EUA, mas os intelectuais e políticos brasileiros ironizavam sempre que havia esse comentário.