Na terra do axé, Daniela Mercury provou que tem farinha no saco. Enquanto o Rio de Janeiro vibrava com várias vozes de artistas diversos, a Bahia - logo a Bahia! Parecia que só a rainha Daniela entendeu e atendeu o chamado da democracia e sozinha comandou o coro do povo contra a anistia e contra a PEC da bandidagem. Enquanto no Rio, grandes nomes da música nacional, artistas de várias vertentes da música, todos em sintonia com o momento político do país engrossaram o caldo dizendo: estamos aqui! Estamos juntos contra o retrocesso. Pela democracia. Na Bahia, berço da música, do carnaval, os artistas da música se calaram. Quando o povo em peso cantou a liberdade os cantores ficaram mudos, se esconderam. Exceto a rainha Daniela Mercury que mais uma vez não vacilou e fez da sua voz potente um grito de protesto fazendo ecoar nos quatro cantos da velha Salvador o desejo da multidão. Enquanto ela cantava afinada com o povo, muitos artistas da música observavam da arquibancada, se protegendo dos holofotes, do chamamento popular. E curioso: a Bahia sempre foi vanguarda. Foi daqui que se ergueram movimentos que influenciaram o Brasil inteiro. A cultura baiana sempre foi verbo no gerúndio - acontecendo, se reinventando, reagindo. Mas no caso da manifestação deste domingo 21, os artistas sumiram! Pisaram na bola, preferiram o repouso do silêncio.
Talvez seja medo de perder contratos. Talvez o receio de
desagradar parte do público. Talvez cálculo, conveniência ou simplesmente falta
de compromisso com as demandas da maioria.
A arte quando se cala diante da injustiça, deixa de ser arte
e vira decoração. Quando os tambores da democracia chamam, não é hora de se
esconder. É hora de cair pra dentro e engrossar o coro da Liberdade. Daniela
entendeu. E fez o povo vibrar contente numa explosão de desejo e alegria.
Por: Jorge Papapá.
2 comentários:
🤮🤮🤢🤢!!! Os outros ou muitos deles artistas, Foram covardes, ou penssaram no dinheiro pra Show, mas fácil aí a Covardia mesmo!
Perfeito a sua reportagem! Parabéns!!
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