“Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam…”.
Em 1973, as forças do atraso no Chile começaram a escrever uma das páginas mais dramáticas da América Latina. Naquele trágico ano, os chilenos começaram a sentir a dor dos que perderam.
O general e Ditador Augusto Pinochet literalmente explodiu o governo do presidente socialista Salvador Allende. Antes de ser bombardeado no Palácio La Moneda, o bravo Presidente corajosamente falou: “pagarei com minha vida a lealdade ao povo”.
Desde então, o horror e a deslealdade aos chilenos foi o que sobrou. Pinochet implantou uma ditadura assassina e entreguista. Foram quase duas décadas de destruição dos direitos trabalhistas, previdenciários e privatizações até do ar que os chilenos heroicamente respiravam.
O Chile é vítima do neoliberalismo desde o início dos anos 70. O preço que o Ditador Pinochet pagou por trair a pátria foi justamente entregá-la de bandeja aos economistas desalmados da Escola de Chicago. Os “Chicago Boys”, nome dado a um grupo de aproximadamente 25 economistas chilenos que formularam a nefasta política econômica da ditadura. Paulo Guedes faz parte dessa mesma escola teórica de fabricar misérias!
O vulcão que entra em erupção no Chile de hoje, são as lavas reprimidas de anos de exploração da classe trabalhadora chilena, que chega a trabalhar 45 horas semanais e tem apenas 15 dias de férias ao ano.
Não são apenas pelos 30 pesos da passagem dos ônibus e metrô – apesar de impactar nos baixos salários dos chilenos- mais de 50% da população vive com menos de um salário mínimo.
A revolta do povo tem a indignação do verso Nerudiano: “é a dor dos que ficaram para trás”.
A luta do hermanos é por ver os seus pais e avós cometendo suicídio, mesmo depois de uma vida inteira de trabalho, a aposentadoria deles não dão conta de SOBREVIVER. Os idosos morrem de desamparo e tristeza. Este é o crime hediondo que se perpetua e é praticado por tiranos como Piñera (atual presidente).
A rebelião chilena se iniciou com os jovens que começaram a pular catracas depois do aumento da passagens de ônibus/metrô e responde uma exaustão que beira ao limite.
Os jovens cansaram da humilhação de viverem marginalizados, não poderem cursar um ensino superior. E quando cursam, são reféns de uma dívida impagável que os adoecem psicologicamente.
O neoliberalismo causa surtos sociais de todas as naturezas! Concentra renda nas mesmas mãos sujas de sangue; mãos, que não pestanejam em asfixiar a sua própria gente para defender os seus podres interesses.
O Chile é o mau exemplo socioeconômico do inferno que Bolsonaro quer para o Brasil. Precisamos “pular as catracas” antes que o terrível metrô do neoliberalismo nos esmague por completo.
O poeta chileno Neruda e a sua sabedoria nos ensina:
“Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou”.
Enquanto Bolsonaro vive o seu desamor e saudosismo dos tempos do inferno, precisamos derrotá-lo sumariamente!
A ditadura do neoliberalismo é um pesadelo real que perdura por gerações! Temos o compromisso histórico de derrotá-la.
Por: Josias Gomes - Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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