Em uma decisão que escancara as vísceras de um processo licitatório que mais pareceu uma farsa, o Tribunal de Justiça da Bahia rasgou o verbo e expôs uma sucessão de irregularidades que beneficiaram empresas com a sutileza de um trator. A licitação para o transporte público de Paulo Afonso, um contrato suculento de 15 anos, foi parar no tribunal após a MOTA E PEREIRA TRANSPORTES apontar que a concorrente, ATLÂNTICO TRANSPORTES, foi habilidade com base em... quase nada!
O relator do caso, Desembargador Angelo Jeronimo, foi
enfático ao dizer que “a fase de habilitação foi uma palhaçada que violou todos
os princípios da administração pública”. A isonomia foi para o espaço. A
formalidade, idem. O resultado? A declaração de NULIDADE de tudo, da
habilitação da Atlântico, da adjudicação do contrato e do próprio contrato, que
já vinha sendo executado há OITO ANOS!
Mas e a teoria do "fato consumado"? A desculpa
esfarrapada de que "já está rolando, não tem mais volta"? O Tribunal
cravou que a “ILEGALIDADE NÃO VIRA LEGALIDADE COM O TEMPO”. As nulidades
contaminam tudo que veio depois.
Agora, a Prefeitura de Paulo Afonso terá que refazer a
licitação do zero, desconsiderando as empresas que foram beneficiadas pela
lambança. A Mota e Pereira, a única que seguiu as regras à risca em 2016,
finalmente vê sua razão reconhecida. Enquanto isso, a população se pergunta,
por quanto tempo o dinheiro público foi parar nos cofres de uma empresa que só
ganhou a licitação no "jeitinho"? Desta vez a justiça botou a boca no
trombone.
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