O pobre de direita é o produto melhor elaborado pelos
mecanismos de produção de ideologia burguesa para a defesa dos burgueses que
tem capital, que tem propriedade e que estão na gestão do Estado para não pagar
impostos, para receber subsídios e incentivos fiscais, para ganhar dinheiro
comprando títulos da dívida pública e terem o controle dos meios de comunicação
de forma a propor o mundo dos ricos como o objeto a ser defendido, mesmo que a
riqueza da burguesia seja fruto da
exploração, também dos pobres de
direita. Ele passa a vida toda sonhando ser burguês, mas sem capital e
propriedade e sendo explorado.
Entretanto, ele é muito útil para a burguesia, pois já que
não tem nem capital, nem propriedade ele se torna o cão de guarda da classe que
um dia sonha ser. Sendo assim, ele vai para as ruas defender o capitalismo e vê
nos trabalhadores esclarecidos e organizados os seus inimigos de classe. O
pobre de direita além de ser um figurante de burguês é terreno fértil para o
fascismo. Portanto, o pobre de direita é um figurante de Burguês que no momento
de crise do capitalismo se comporta como um pit bul da burguesia na defesa de
um governo de conteúdo fascista.
Como o pobre de direita tenta ser o espelho dos valores que
ele acha que a burguesia tem, passa a ser machista, racista, homofóbico, etc.
Ele acaba sendo o portador dos principais preconceitos que a burguesia gerou e
perpetuou como parte do seu sistema de dominação, porque precisa no racismo
para pagar bem menos aos trabalhadores afrodescendentes. Ser machistas por que o
salário das mulheres é bem menor que os salários dos homens. Enfim, ele nega
sua origem social e tenta ser o que não tem, pois se trata de um trabalhador
sem consciência de classe. Por isso se endivida para ter uma imagem diferente
do seu real poder de compra permite. São chamados de emergentes porque querem
negar sua classe assumindo a aparência de burguês.
Ele come sardinha e arrota caviar, enquanto late sempre mais
alto para mostrar à burguesia que está protegendo a propriedade do burguês,
enquanto dorme fora da mansão que sonha um dia ser sua. Ao envelhecer não vai
ter emprego e muito menos vai poder pagar um plano de saúde. Desta forma vai
precisar de proteção social, porém passou a vida toda defendendo que bastava
deixar a mão invisível agir, que o egoísmo sendo potencializado se chegaria ao bem-estar
coletivo, onde todos teriam chance de um dia ser rico, bastando apenas seu
esforço individual e sua capacidade de assumir riscos. O pobre de direita é um
figurante de Burguês que late como pitbul em defesa da burguesia e se cala
sobre sua própria exploração.
José Menezes Gomes - Doutor pela USP e professor do curso de
economia de Santana e do Doutorado em Serviço Social da UFAL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário