Uma das péssimas práticas que o século XX inaugurou (com relação ao XVIII e XIX) foi a morte física dos vencidos. Especialmente na segunda guerra houve uma intensa discussão se deveria haver uma paz com os nazistas. É claro que a bestialidade do nazi-fascismo era tão brutal que qualquer acordo de paz soava como negociação com o pecado, uma pacto com o diabo e a aceitação de alguma parte daquela monstruosidade. Por outro lado, diversos analistas e historiadores lembraram que ao não oferecer uma saída diplomática, o próprio ocidente teria suas perdas muito elevadas, eis que Sun Tzu já apontava para a luta contra um inimigo sem esperança de continuar vivo.
A questão é que além da "rendição incondicional" imposta aos nazistas, houve o uso perverso da civilização e do direito nos "processo de Nuremberg" e depois caça e assassínio dos líderes nazistas que sobraram pelo mundo. O preço de termos enfrentado monstros foi nos tornarmos monstros. Se contra o nazismo parecia moralmente válido este comportamento, o século XX tornou a prática do extermínio do inimigo uma regra.
De Trotsky e Chê na esquerda até Saddam Hussein e Kadahfi, a história do século XX e a história não apenas de como se vencem batalhas políticas, mas do extermínio físico do oponente.
Isto leva a pensarmos algumas coisas:
Pode Kim-Jong-Un render-se, negociar ou abrir mão de armas nucleares diante do histórico do século XX e início do XXI?
Diante da perseguição física evidente a Lula e Dilma é justo acreditarmos em alguma ideia de justiça?
Diante da mesma perseguição não teria Dilma abandonado o poder de form muito civilizada?
Não está já na hora de "resistência" levar em conta que o derrotado será exterminado?
Por Fernando Horta.
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