A qualidade da agricultura familiar da Bahia mais uma vez
demonstra o seu potencial. Visitantes e participantes do Mesa São Paulo 2019 se
encantaram com os produtos das cinco cooperativas baianas que, apoiadas pelo
Governo da Bahia, participaram do evento realizado no Memorial da América
Latina, e expuseram seus produtos no estande baiano Terra Madre Brasil 2020.
Produtos derivados de licuri, umbu, maracujá do mato,
castanha, nibs de chocolate e café orgânico fizeram sucesso entre chefs de
cozinha do Brasil e do mundo, produtores e especialistas nas mais diversas
áreas da gastronomia.
A professora de Gastronomia de Porto Alegre Deise Sterque
conheceu os produtos da agricultura familiar da Bahia: “Experimentei o doce do
umbu, de maracujá da caatinga, o licuri e vou levar tudo para minhas aulas,
para que meus alunos conheçam. Estou muito feliz com essa troca”.
O chef de cozinha em Assunção, no Paraguai, Sérgio Gonzalez,
também esteve no maior evento de gastronomia da América Latina e visitou o
estande da Bahia: “Provei um monte de produtos como cacau orgânico, o licuri e
o azeite de licuri, geleia de umbu, café e
comprei para levar para o Paraguai. Vim do Paraguai para me inspirar em
produtos geniais como esses”.
A participação das cooperativas é uma iniciativa da
Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de
Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), no âmbito do projeto Bahia Produtiva,
que conta com empréstimo do Banco Mundial, visando promover mais espaços de
comercialização dos produtos das cooperativas.
O Mesa São Paulo deste ano foi também uma plataforma de
lançamento do Terra Madre 2020, que será realizado em junho, em Salvador, pelo
Slow Food Brasil, em parceria com a CAR. O evento, que reúne comunidades do
alimento, de acadêmicos, cozinheiros e toda a comunidade do Slow Food, acontece
a cada dois anos na Itália e terá uma edição especial voltada unicamente para o
Brasil.
A doceira de Recife Maria Hansel, visitou o estande durante
o Mesa: “Assisti a uma palestra onde apresentaram o estande Terra Madre e fui
conhecer os produtos. Adorei o nego bom de umbu que mistura o doce com o
azedinho e a geleia de maracujá da caatinga, que fiquei apaixonada. E vou estar
no evento Terra Madre, em junho do ano que vem”.
Participaram do evento, a Cooperativa de Produção da Região
do Piemonte da Diamantina (Coopes), Cooperativa de Agropecuária Familiar de
Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), Cooperativa da Cajucultura Familiar do
Nordeste da Bahia (Cooperacaju), Cooperativa de Produtores Orgânicos e
Biodinâmicos da Chapada Diamantina (Cooperbio), além do Assentamento Dois
Riachões, que possuem investimentos do Bahia Produtiva.
A representante da Coopercuc, Leidiane Vieira, destacou que
a cooperativa levou duas fortalezas Slow Food que foi o maracujá da caatinga e
o umbu: “Mostramos para o público produtos que muitos não conheciam e a
participação desses produtos na nossa culinária brasileira”.
Segundo a representante da Coopes, Renata Silva, a
participação de um empreendimento do semiárido baiano em um evento dessa
amplitude proporcionou um momento único, o de estar próximo de pessoas que
conduzem a alimentação de forma sustentável: “A aproximação com os chefs de
cozinha que trabalham com alimento bom, justo e limpo é muito importante pra
nós, pois eles valorizam a nossa produção e nos levam para qualquer lugar do
mundo”.
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