CONSTRUINDO PARA RENASCER.


Em Sergipe, Chapa homenageia a ex-primeira Dama Marisa Letícia.

Em homenagem a Marisa Letícia.

Porque Marta Elena?

Aproxima-se o momento em que iremos escolher a composição do Setorial de Mulheres. E, diante de sua importância na construção de um Partido dos Trabalhadores cada vez mais forte, a Esquerda Popular Socialista (EPS) apresenta o nome da companheira Marta Elena como candidata a ocupar a Secretaria de Mulheres do nosso partido. Sua longa trajetória de militância política lhe credencia a esta importante missão.

Formada em Psicologia, na Argentina, e Sociologia, no Chile, Marta Elena chegou ao Brasil, no final do ano de 1979, vinda de Berlim, na Alemanha, onde esteve exilada com o então companheiro Jun Nakabayashi– brasileiro perseguido pela ditadura e companheiro de Marighella. Ainda em Berlim, organizou o Comitê de Solidariedade com as presas políticas latino-americanas, no qual recebiam e acolhiam as mulheres resgatadas dos cárceres e exiladas que moravam na Alemanha.

Já no Brasil, ela participou de um grupo, junto com Jun, Eder Sader e Marco Aurélio Garcia, que já pensava na política brasileira e que discutia que PT queriam formar, de massa ou de quadros. Na intenção de continuar fazendo um trabalho com Mulheres, foi para o Grajaú, periferia da periferia de São Paulo, pelas mãos de Eder Sader, realizar um trabalho com mulheres, na época de formação do PT. Mesmo sem saber falar direito o português, começou a organizar ali um grupo. Uma garagem emprestada foi o local para o início das atividades com essas mulheres e o grupo do partido em formação.

Em 1980, Marta Elena criou a Associação das Mulheres de Grajaú e, em 1983, era criada a 1ª Casa da Mulher de Grajaú. Nesse período, foi, durante 13 anos, secretária-geral do Servicio Universitário Mundial (SUM) – que tinha como presidente honorário Paulo Freire –, e representante do Brasil no Comitê Mundial da Mulher dessa entidade.

Com o partido um pouco mais estruturado, Marta participou, nessa época, da construção do Coletivo de Mulheres, quando ajudou na criação da Secretaria da Mulher e, especialmente, na formação da Secretaria Nacional da Mulher, onde foi, por duas vezes, representante de São Paulo junto com a Clara Charf, mulher de Marighella. Nessa época, esse grupo já lutava pela criação de espaços específicos para a defesa dos direitos da mulher nas três esferas do Poder Executivo.

Marta Elena fez parte da primeira administração do PT em São Paulo, em 1989, no governo de Luiza Erundina. Ela ajudou a criar a primeira Coordenadoria da Mulher nessa Prefeitura e foi a primeira Coordenadora de Violência contra a Mulher, quando criou o primeiro Centro de Referência de Violência contra a Mulher e a primeira Casa Abrigo. Foi ainda Coordenadora de Educação, e em sua gestão organizou o Encontro Internacional para a Formação da Rede de Mulheres Políticas, que aconteceu em São Paulo, em 1991.                        
Nos anos seguintes, continuou no Brasil a luta pelos direitos da mulher, seja organizando o movimento de mulheres pela alimentação que chegou a discutir políticas com o então presidente José Sarney e o ministro de Agricultura Pedro Simon, assim como organizando na Argentina a Associação de Mulheres Caminhando Juntas, onde realizaram diversas atividades como curso de formação como plano habitacional, criação de uma rede de promotoras nos bairros e um fórum da criança e do adolescente. Escreveu três livros: “Ho Chi Min”, na coleção de cientistas políticos coordenado por Florestan Fernandez, no Brasil; e, na Argentina, a “Salud de la Mujer” e "Construyéndo Sueños" e a edição da revista "Boquitas Pintadas", assim como boletins e artigos.

No final de 2015 chegou a Sergipe. Aqui no Estado, buscou contato com o Partido dos Trabalhadores, quando foi convidada para uma reunião de mulheres e a partir dali quis continuar já na Secretaria de Mulheres. Na intenção de trabalhar no movimento popular. Foi à comunidade Senhor do Bomfim, no Bairro Farolândia, onde entrou em contato com a comissão diretiva da Associação de Moradores, formada por mulheres, onde fez uma proposta de trabalho centrada na violência doméstica. Só que foram constatadas outras necessidades mais imediatas da comunidade, como saneamento, saúde, pavimentação e se engajou nessa luta junto com as mulheres daquela localidade.

Em assembleias com os moradores do bairro, decidimos as medidas que seriam tomadas para buscar sanar os problemas e conseguimos com manifestações em avenidas, ocupando o gabinete do então prefeito João Alves Filho, que iniciou as obras de saneamento, abandonando antes da eleição. Durante a campanha para a Prefeitura de Aracaju, o bairro inteiro se organizou, chamou o então candidato Edvaldo Nogueira e apresentou a proposta de continuação das obras, o qual se comprometeu e nós lutamos para que ele e a vice-prefeita Eliane Aquino fossem eleitos para administrar a capital.

As obras hoje continuam, o que consideramos uma grande vitória da luta do povo organizado e o comprometimento da Prefeitura com ele. Nesse momento de avanço da direita e setores conservadores e considerando de fundamental importância a consolidação do PT e seus líderes principais é que estamos formando o primeiro Núcleo de Mulheres do PT no Bairro, onde fizemos assembleia com o deputado federal João Daniel para pedir apoio para a proposta da criação de um posto de saúde na comunidade, o qual ele já encaminhou.
 
Eu, que já fui secretária Nacional de Mulheres do PT, hoje estando em Sergipe quero contribuir para que a Secretaria da Mulher do Partido dos Trabalhadores seja atuante, de luta, combativa, que ajude a organizar as mulheres e o povo e não queremos burocracia, nem uma secretaria que sirva apenas para cumprir as obrigações oficiais legais. Para dar segmento a todo esse trabalho, aqui encontrei mulheres para, juntas, somarmos forças e construir um partido forte, com mulheres que participam do movimento social, popular, sindical, na disputa pela terra, moradia, por políticas sociais e pelos direitos da mulher. Isto é a Chapa Construindo para Renascer.

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