Jerônimo tem jogado com dois trunfos, presença executiva e
narrativa de governança. Enquanto as articulações partidárias se desenrolam, o
governador intensifica agendas locais, inaugurando obras e anunciando
iniciativas que conectam investimentos estaduais às demandas municipais. A
estratégia é clara, transformar hesitação política em resultado palpável para a
população, deixando menos espaço para trocas meramente eleitorais. Para o PT, a
tática funciona como consolidante de imagem, não apenas como retórica
partidária, mas como prova de capacidade de gestão.
Fontes próximas ao Palácio afirmam que há abertura para
acordos que priorizem a manutenção de programas sociais e a expansão de
políticas de inclusão, desde que as negociações não comprometam o calendário
administrativo. No centro dessa equação está a mensagem que o governo quer
cristalizar, alianças são legítimas, mas o critério principal será o
compromisso com entregas para a Bahia.
A movimentação do PSD pode, paradoxalmente, enfraquecer os
extremos e fortalecer o jogo de governança. Se Otto e Coronel optarem por
costuras que valorizem resultados locais, o resultado será um ambiente político
menos volátil e mais orientado a execução. Se prevalecer a disputa por espaços
e cargos, a janela para Jerônimo se fechará, forçando o Planalto estadual a
escolher entre confronto público e acomodação.
No curto prazo, a Bahia assiste a uma dança política onde
cada passo serve para medir força, e onde Jerônimo demonstra, com pragmatismo e
ritmo, que quem governa também faz política. O desafio agora é transformar esse
compasso em projetos que cheguem rápido às cidades e convertam as negociações
de bastidor em votos de confiança nas urnas.
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