Se a oposição falha em apresentar provas, o governo também
não tem conseguido mostrar avanços. A área da saúde é apontada como o setor
mais crítico, com sinais de paralisia e insatisfação popular. Além disso, não
há obras de grande impacto iniciadas pela atual gestão. As que estão em
andamento são herança de administrações anteriores, e até mesmo a aquisição de
ônibus escolares, divulgada como conquista municipal, na verdade contou com
recursos e doações dos governos estadual e federal. Essa prática de comunicação,
que omite a participação de outras esferas, tem gerado questionamentos sobre a
transparência da gestão.
Um dado curioso emerge das pesquisas de opinião feitas pela
oposição. Enquanto o governo de Mário Galinho aparece mal avaliado, o prefeito
mantém índices pessoais positivos. Essa contradição revela um fenômeno político
comum, a distinção entre a imagem do gestor e a percepção sobre sua
administração. A população parece separar a figura de Galinho, ainda vista de
forma simpática, da avaliação crítica sobre os rumos do governo. Essa dualidade
é um desafio tanto para a oposição, que precisa entender por que o prefeito
continua bem visto, quanto para o próprio gestor, que precisa transformar sua
popularidade em resultados concretos.
O capital político conquistado por Galinho na última
eleição, quando venceu com uma diferença de 10 mil votos, ainda lhe dá margem
de manobra. Mas até quando essa vantagem resistirá diante da percepção de
estagnação administrativa? A oposição, por sua vez, precisa decidir se
continuará apostando em ataques sem provas ou se apresentará propostas
consistentes que dialoguem com as demandas da população.
Paulo Afonso vive um momento decisivo. A cidade não pode se
dar ao luxo de assistir a um embate estéril entre governo e oposição, enquanto
problemas urgentes, especialmente na saúde, permanecem sem solução. O futuro
político do município dependerá da capacidade de ambos os lados de se
reconectar com a realidade da população. O prefeito terá de mostrar resultados
concretos, e a oposição precisará oferecer alternativas viáveis. O tempo dirá
se a paciência do eleitorado se manterá ou se a percepção de que “o governo não
tem rumo” se consolidará de vez.

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